O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que considera como injusta e inadequada a forma como parte da imprensa tem tratado o governo e o trabalho realizado para conseguir imunizantes contra a covid-19. “O Brasil hoje é o quinto país do mundo em número de vacinados, atrás apenas daqueles que são fabricantes. Vacina não vende na padaria, não vende no supermercado, não está à disposição, não está aí para você comprar onde quiser, escolher onde vai comprar. A vacina é difícil de ser comprada, e nós temos promessa de vacina de em torno de 500 milhões de doses. Então estamos em uma situação privilegiada em termos da situação de disponibilidade da vacina no mundo”, disse Heleno. O general já tomou as duas doses da vacina e disse que quanto mais pessoas se vacinarem, maior vai ser a proteção.
“Demoramos a comprar como alguns nos acusam, só que as condições de compras dessas vacinas às vezes não são interessantes, porque as condições do contrato tornam a compra arriscada para o país que resolve bancar. Temos ainda que aguardar o posicionamento da Anvisa em relação às vacinas. Então eu acho que há uma séria injustiça. Nós ainda não somos fabricantes de vacinas, provavelmente em curto prazo, seremos”.
Arrecadação bate recorde
A recuperação da economia no início do ano e recolhimentos de impostos fizeram a arrecadação federal bater recorde para meses de março. No mês passado, o governo federal arrecadou R$ 137,932 bilhões em impostos, contribuições e demais receitas, com alta de 18,49% acima da inflação em relação a março do ano passado.
Segundo a Receita Federal, este é o maior valor arrecadado da série histórica para meses de março, com início em 1995. No primeiro trimestre, a arrecadação federal somou R$ 445,9 bilhões, com alta de R$ 5,64% acima da inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em relação a março do ano passado. O resultado para os três primeiros meses do ano também é recorde.
A arrecadação federal ainda não sentiu os efeitos da segunda onda de lockdowns a pretexto da pandemia de covid-19. Isso ocorre porque a arrecadação do mês passado reflete os fatos geradores de fevereiro. Como os reflexos da atividade econômica na arrecadação levam pelo menos um mês para serem sentidos, o agravamento de medidas restritivas impostas sob pretexto de conter a pandemia, que ocorreu a partir de março, deverá impactar as receitas do governo a partir de abril.
Lockdown leva à falência 375 mil salões
Dados Associação Brasileira de Salões de Beleza – ABSB apontam que mais de 375 mil salões de beleza no país foram à falência desde da onda de lockdowns sob pretexto da pandemia de covid-19. Segundo a Associação, 47% dos profissionais da área declararam ter muita dificuldade para manter o empreendimento de pé e 5% já baixaram as portas de vez.
O presidente da ABSB, José Augusto Nascimento Santos, afirma que a área de beleza não está sendo tratada na profundidade necessária para uma cadeia econômica complexa. “As atividades do setor, ainda que consideradas essenciais à saúde, estão sendo tratadas de forma superficial e prejudicando a coletividades de consumidores que dependem de tratamentos como de podologia, massagem pós cirúrgicas, terapias capilares etc.”
José Augusto menciona o decreto nº 10.344, baixado pelo presidente Jair Bolsonaro em 11 de maio de 2020, que colocou os salões de beleza e barbearias no rol de atividades consideradas essenciais à economia. No entanto, o Supremo Tribunal Federal – STF havia considerado que estados e municípios podem definir suas próprias regras, incluindo classificação de serviços essenciais.
De acordo com a SBSB, cerca de 75% dos donos de salões de beleza e cabeleireiros passaram a usar as redes sociais para vender seus produtos e compensar a queda na arrecadação. Mesmo com a escassez de recursos e falta de capital de giro para investir, 44% dos proprietários começaram a oferecer novos itens durante os lockdows.
Economia cresce
A atividade econômica registrou crescimento, em fevereiro, pelo décimo mês consecutivo. É o que mostra o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado, nesta segunda-feira (19), pelo Banco Central (BC). Em fevereiro, o índice apresentou alta de 1,7% na comparação com janeiro, segundo dados dessazonalizados (ajustados para o período). Em relação a fevereiro de 2020, a expansão ficou em 0,98% (sem ajustes).
No primeiro bimestre comparado ao mesmo período de 2019, foi registrado crescimento de 0,23%. Em 12 meses terminados em fevereiro de 2021, houve retração de 4,02%. O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.
PF na cola dos desvios
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de prisão contra cinco pessoas e 38 ordens de busca e apreensão na Operação Contágio, que apura o desvio de recursos públicos destinados ao combate da covid-19. Os mandados foram cumpridos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A investigação foi iniciada a partir de informações fornecidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) que indicam a contratação de uma organização social (OS) sem capacidade técnica para prestação de serviços na área da saúde.
Segundo a PF, os contratos sob investigação têm valor de mais de R$ 100 milhões. Alguns desses contratos foram assinados de forma emergencial para atender os pacientes de covid-19.
De acordo com as investigações, a OS subcontratou empresas recém-criadas, também sem experiência na área, para a execução dos serviços demandados pelos municípios. A partir dessas empresas foram sacados, em dinheiro, R$ 18 milhões, em retiradas fracionadas, segundo a PF, para burlar os mecanismos de controle.
A fuga do socialismo
Criada em fevereiro de 2018 com o objetivo de proteger os venezuelanos que fugiam para o Brasil, prestando auxílio humanitário, a Operação Acolhida contabiliza 50 mil refugiados interiorizados para 675 municípios brasileiros. A estratégia de interiorização é coordenada pelo governo brasileiro e conta com o apoio da Agência da ONU (Nações Unidas) para Refugiados (Acnur) e de outras Agências da ONU, bem como de entidades da sociedade civil.
Segundo o ministro da Cidadania, João Roma, “cerca de 260 mil refugiados venezuelanos vivem no Brasil. Isso significa que um em cada cinco venezuelanos recebeu alguma forma de apoio da Operação Acolhida”.