Alunos da Escola Classe 410 de Samambaia colhem alface na horta da escola – Foto: Escola Classe 410 da Samambaia
Pelo menos mais 48 escolas públicas do Distrito Federal receberão nos próximos meses os kits de aproveitamento de água da chuva para uso em suas hortas. Algumas escolas, que já contam com o projeto, reaproveitam a água, inclusive, para limpeza do pátio e salas de aula.De acordo com o gerente de Agricultura Urbana da Emater-DF, Rogério Lúcio Vianna Júnior, o material já foi adquirido e a empresa que fará a instalação está contratada.
“Tem ainda a possibilidade de incluirmos mais 12 escolas neste pacote”, estima. Com isso, o número de escolas atendidas com este tipo de equipamento subirá para 97 em todo o DF. Atualmente, a Emater-DF atende escolas que possuem hortas com assistência técnica, fornecimento de sementes, adubos e ferramentas. Em todas elas, a produção é orgânica.
O kit de aproveitamento de água da chuva passou a ser adotado em 2020. “Surgiu de uma preocupação com fontes alternativas para a água, já que usar a água da Caesb para irrigar a horta custa caro. Já reaproveitar a água da chuva é econômico, viável e ambientalmente correto”, conta.
Os primeiros kits foram instalados em 2020, em 37 escolas públicas e em uma horta comunitária do Guará. “Escolhemos as escolas para fazer esse trabalho porque elas são excelentes multiplicadores. O que você consegue fazer em uma escola você leva para a família e consequentemente para a comunidade”, defende.
Para a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, o projeto visa, além de ensinar as crianças, apresentar meios de melhor utilizar esse recurso natural. “É cada dia maior a escassez de água em nosso planeta. Esse projeto nas escolas tem um valor social muito grande e mostra para as crianças uma forma de utilizar a água das chuvas. Precisamos ensinar cada vez mais medidas ambientalmente econômicas e viáveis para um futuro melhor”, ressalta.
Uma das primeiras escolas atendidas foi a Escola Classe 410, de Samambaia. Em uma área de 160 metros quadrados, alunos e professores produzem hortaliças que possam ser usadas nos lanches, como alface, mostarda, couve e cenoura, e algumas frutas, como banana, manga, acerola e pitanga. Cada turma é responsável por um canteiro. Todos trabalham nele e depois compartilham os resultados.
O diretor Paulo Gileno Ribeiro Bôsco, que desenvolve o trabalho com os alunos, diz que mais do que uma atividade agrícola, as tarefas desenvolvidas na horta têm um papel ambiental importante.
“O trabalho que nós desenvolvemos na nossa escola é muito prazeroso, muito significativo. Ele contribui para uma educação pública de qualidade. Nós precisamos dar oportunidade para que nossas crianças possam desenvolver o prazer, o gosto de mexer com a agricultura. Talvez possamos estar formando um novo agrônomo, um técnico em agropecuária ou um ambientalista”, avalia.