A AgroBrasília foi criada para aumentar a produção agrícola por meio do acesso às inovações tecnológicas. A Emater-DF participa da feira desde sua criação
Desde a sua primeira edição realizada em 2008, a AgroBrasília se tornou a maior feira agropecuária do Centro-Oeste. A evolução vai além dos números. A oferta de novas tecnologias provocou a renovação do parque de máquinas agrícolas do DF. Desde então, o faturamento das empresas participantes da feira saltou de R$ 50 milhões para R$1,2 bilhão, valor apurado em 2019, última feira presencial antes da pandemia.
O atual vice-presidente da AgroBrasília e gerente do escritório da Emater-DF no PAD-DF, Marconi Moreira Borges, lembra que a ideia de criação da feira surgiu dentro da Emater-DF. Marconi e os ex-funcionários da empresa, Ronaldo Triacca e Carlos Vitor, atuais presidente e coordenador operacional da AgroBrasília, respectivamente, se reuniram em 2007 com a intenção de elaborar o projeto de criação de uma feira de tecnologia agropecuária com objetivo de acessar as principais tecnologias empregadas no campo para aumentar e desenvolver a agricultura local.
Por impossibilidade de organizá-la sozinhos, levaram o projeto à Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), que comprou a ideia e a executou com aprovação e adesão de cerca de 30 empresas do setor, além do apoio institucional da Emater-DF, Secretaria de Agricultura e Ceasa.
“A realização do primeiro evento aconteceu por meio de uma parceria com a Coopa-DF, Emater-DF, Seagri e empresas de tecnologia do setor agropecuário. Do ponto de vista de criação da feira, nós, da Emater-DF, participamos como criadores desde o primeiro evento. Começamos a trabalhar na limpeza da área em 2007. O primeiro evento aconteceu em março de 2008. A ideia de fazer em março era para que a feira entrasse no calendário de eventos do aniversário de Brasília. No entanto, a pedido das empresas de tecnologia, mudamos a data para o mês de maio, a fim de encaixá-la no roteiro de feiras nacionais, de maneira que elas saiam do Rio Grande do Sul, vão até a Bahia passam por Brasília”, conta Marconi Moreira.
Dessa forma, o DNA da Emater-DF está presente na feira desde o início, levando ao produtor rural, seja agricultor familiar, pequeno ou médio produtor, as principais tecnologias e inovações visando o desenvolvimento sustentável das áreas rurais. “A Emater historicamente tem se esforçado bastante para apresentar novidades em cada circuito que está dentro do seu espaço na AgroBrasília, mostrando algo de novo que pode ser adaptado às diversas realidades. Muitas vezes, uma inovação, seja em termos de sementes, plantio ou tecnologia, pode não ser tão nova do ponto de vista da criação, mas é uma novidade para quem não teve acesso a ela até então. A nossa missão é fazer essa ponte com o produtor”, argumenta a presidente da empresa, Denise Fonseca.
Segundo o produtor rural João Carlos Werlang, que era o presidente da Coopa-DF no ano em que a AgroBrasília foi criada, nada teria acontecido sem o trabalho da Emater-DF. “A AgroBrasília surgiu 90% por causa da Emater-DF. A Coopa-DF e Emater-DF já faziam juntas a Festa da Soja, daí surgiu a ideia de criar uma feira maior. No entanto, a cooperativa não tinha estrutura para organizar sozinha o projeto da AgroBrasília. Ela foi pensada pela equipe da Emater-DF e sem a parceria dela e da Seagri, não teríamos conseguido sair do papel”, afirmou.
Marconi Moreira lembra ainda que a feira foi um sucesso desde a primeira edição, que contou com 12 mil visitantes, 100 expositores e uma movimentação financeira de R$ 50 milhões. Quatro anos depois, a AgroBrasília já contava com 77 mil visitantes, 370 expositores e R$ 400 milhões em negócios fechados. A última edição presencial, que aconteceu em 2019, teve uma participação ainda maior: 121 mil visitantes, 480 expositores e R$1,2 bilhão em negócios fechados.
Os números colocam-na como o maior evento de tecnologia e negócios do Planalto Central e a feira de agronegócio que mais cresce no Brasil. Além disso, ao longo dos anos e assimilando as tecnologias agropecuárias apresentadas durante as edições, houve uma renovação completa do parque tecnológico do DF, colocando-o como uma das regiões mais desenvolvidas do país, seja considerando a agricultura familiar, os pequenos, médios e grandes produtores rurais.
2022
Neste ano, após a pandemia, a AgroBrasília volta ao formato presencial. A Emater-DF ocupa uma área de 7 hectares, onde são apresentadas as principais novidades e tecnologias em nove circuitos temáticos: olericultura, fruticultura, bovinocultura, piscicultura, avicultura, meio ambiente, agroecologia e agricultura urbana e saneamento rural. Além disso, há um local para as organizações sociais e comercialização. Nele, em torno de 45 produtores, individuais ou organizados em grupos, comercializam sua produção, que varia entre alimentos, produtos da agroindústria, plantas em vasos e artesanato.
O espaço da Emater-DF é voltado para atender todos os produtores com ênfase na pequena propriedade. Este ano, espera-se que em torno de dois mil produtores rurais sejam atendidos pelos técnicos extensionistas durante os dias da AgroBrasília, que vai até sábado (21).
Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.