terça-feira, 26 novembro, 2024
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    Os melhores materiais para as bancadas de cozinha

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    Em sincronia com a identidade visual do projeto, a arquiteta Patricia Miranda ressalta que a decisão deve envolver cuidados fundamentais no dia a dia do ambiente, como resistência às altas temperaturas e o risco de não riscar e manchar

    Neste projeto de cozinha realizado pela arquiteta Patricia Miranda, a bancada da ilha foi executada com Lamtec. Ela exalta que o material é indicado para superfícies com a instalação de cooktop | Foto: Caca Bratke

    A escolha do material, da cor e do acabamento da bancada são critérios que ajudam a determinar o estilo geral doa cozinha. De acordo com a arquiteta Patricia Miranda, à frente do escritório Raízes Arquitetos, uma bancada esteticamente atraente e claro, preparada para as demandas, é capaz de adicionar para o espaço aquele detalhe tão sonhado: ares convidativo e agradável para momentos memoráveis entre familiares e amigos.

    No contexto da cozinha, a bancada é um elemento central que desempenha múltiplas funções — desde o mise en place dos alimentos para o preparo da receita, até como o local destinado para as refeições rápidas e as ocasiões sociais. De acordo com a especialista, diversos fatores devem ser considerados para a definição do material, tais como a funcionalidade, estilo e a durabilidade. Mas quais são esses critérios? “Sem dúvidas, a bancada deve propiciar um espaço suficiente para manusear e cortar ingredientes, acomodar utensílios e eletrodomésticos, além de permitir uma organização eficiente dos itens de cozinha”, afirma. “Uma bancada bem planejada contribui significativamente para a fluidez e a praticidade das atividades culinárias, tanto as rotineiras, como aquelas consideradas especiais”, complementa.

    Segundo Patricia, os materiais de ponta para bancada de cozinha são os sinterizados, isto é, aqueles produzidos a partir de misturas de minerais, prensados com alta pressão e queimados em altas temperaturas, que os tornam resistentes e, até mesmo, refratários. “Embora mais caros, gosto deles também pelo fato de não riscarem, quando se utiliza a faca diretamente sobre eles, tão pouco podem ser danificados por manchas oriundas de substâncias ácidas ou com luz solar diretamente sobre a bancada”, detalha. Entre as marcas mais famosas e disponíveis no mercado estão o Neolith e o Synth.

    Para a escolha da bancada dessa cozinha, a arquiteta Patricia Miranda investiu na aplicação de materiais duráveis e resistentes, caso do Neolith. No espaço do frontão, ao invés de um revestimento tradicional, ela optou por seguir com o mesmo material por mais 55 cm de altura, alinhando com o armário superior do projeto | Foto: Caca Bratke

    Entre outras possibilidades, a arquiteta aponta o quartzo como um elemento comumente escolhido por dispor de uma variação interessantes de cores e por ser pouco poroso — característica que mitiga o risco de manchas e absorção de água. “Entretanto, por ter resina na composição, não é adequado para calor e não deve ser usado em bancadas com cooktop”, orienta a arquiteta. Já o Silestone é um elemento composto por resina também, no entanto, tende a ser mais poroso que o quartzo. “Eu nunca indico para cozinha em função do risco iminente de manchar. Ele até pode ser usado em mesas ou bancadas, mas aconselho um cuidado intenso com líquidos, como o vinho”, alerta.

    No caso das pedras naturais, o granito resiste bem em bancadas com cooktop, mas a depender do tipo, pode ser mais ou menos poroso. “Por essa diferenciação, pode facilmente absorver os produtos manuseados na cozinha e, quanto maior sua porosidade, mais está sujeito a manchas. Granitos não são iguais e nem todos são indicados para compor bancadas de cozinha”, orienta Patricia.

    O granito é um dos materiais mais comuns e conta com a longevidade da pedra natural, como a bancada dessa cozinha, em granito Aqualux, desenhada pelo escritório Raízes Arquitetos | Foto: Edson Ferreira

    Ainda entre as pedras naturais, o mármore é outro material adotado para bancadas onde serão manipuladas o preparo de massas, uma vez que não é tão frio como o granito, mas com o infortúnio de ser poroso. “Assim, só de pensar em mexer com caldas e molhos, o mármore da bancada já pode manchar”, brinca a arquiteta.

    Entre os industrializados, alguns tipos de Corian podem ser considerados, mas o morador deve ter em mente a necessidade de um cuidado constante, porque pode se danificar com mais facilidade. “É simplesmente lindo, mas sem uma tábua para cortar os ingredientes, nosso coração fica ferido pelos danos ao Corian. Apenas polindo novamente para recuperar”, diz a especialista, que também relaciona a possibilidade de realizar uma cuba esculpida que elimina os desagradáveis cantinhos que acumulam gordura, e a importância de ser manipulado apenas por mão de obra especializada.

    Nessa copa-cozinha integrada com a área externa da residência, o projeto realizado por Patricia Miranda formou um painel único até a churrasqueira. Na especificação, o Corian, que acompanha a mesma tonalidade de cimento queimado presente nas paredes, promoveu um contraponto interessante com o azul da marcenaria | Foto: Edson Ferreira

    No campo dos revestimentos versáteis, o porcelanato também é um material a ser considerado por sua resistência ao calor e a durabilidade, sem perder a cor e sem riscar. Contudo, deve-se escolher uma tipologia adequada para a aplicação em bancadas, uma vez que nem todos os porcelanatos são iguais. Para a execução, ela adverte sobre a prudência durante o corte das peças, pois se trata de um revestimento menos espesso que os materiais naturais ou os industrializados.

    Bancada em madeira

    A arquiteta Patricia Miranda explica que a madeira maciça não precisa ser eliminada por conta da umidade. Nos projetos com o material, deve-se considerar a manipulação de um verniz de proteção. “O resultado é maravilhoso, mas vale a pena evitar essa bancada para a manipulação de alimentos”, adverte.

    Limpeza & Organização

    De acordo com a arquiteta Patricia Miranda, manter a assiduidade de limpeza é o melhor caminho para que a sujeira ou a gordura não se acumule na bancada | Foto: Edson Ferreira

    Uma bancada bem projetada deve facilitar a limpeza e a organização do espaço. Superfícies lisas e de fácil higienização tornam a limpeza uma tarefa mais tranquila. Para a conservação, é primordial seguir as recomendações do fabricante. Há vários produtos voltados para a limpeza ‘pesada’ da bancada, mas Patricia considera que devem ser usados com parcimônia e mais raramente. “No dia a dia, eu acredito na eficácia do detergente como um bom desengordurante”, conclui.

     

     

     

     

     

     

    Sobre Raízes Arquitetos

    Da arquitetura, a profissional Patrícia Miranda traz o conhecimento de escritórios de diferentes portes, construtoras, canteiro de obras e desenvolvimento de projetos – desde a aprovação até o detalhamento executivo, com coordenação, verificação e compatibilização. Do design, traz o desenvolvimento de móveis e objetos, exclusivos ou de produção seriada. “Cuidamos de arquitetura e design, campos que tratam do homem, além dos cheios e vazios à sua volta. Unimos conhecimento técnico e sensibilidade poética”, enfatiza.

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