quinta-feira, 28 novembro, 2024
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    Brasil é o segundo do mundo com maior índice de jovens “nem-nem”

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    Segundo dados do OCDE, 36% dos brasileiros, com idades entre 18 e 24 anos, não trabalham e nem estudam

    O número de jovens que não trabalham e nem estudam é alto no Brasil. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 2022, 36% das pessoas entre 18 e 24 anos estão nessa condição, colocando o país em segundo lugar no ranking mundial, atrás apenas da África do Sul nesta categoria.

    A expressão “geração nem-nem” ganhou destaque nos últimos anos para descrever esse grupo de jovens, que enfrenta dificuldades em se inserir no mercado de trabalho e não conseguem prosseguir com seus estudos. Para o Mentor de Empresário, André Minucci, o número elevado se justifica por algumas características da sociedade brasileira.

    “A medida que houve um crescimento da exigência de formação e experiência, o mercado de trabalho tornou-se mais restrito para aqueles que não têm uma educação formal completa ou qualificação adicional. Também há falhas no sistema educacional e a ausência de mecanismos de incentivo, o que leva à desistência dos estudos ou à formação precária em boa parte da população”, analisa Minucci.

    O mentor de empresários também diz que existe uma competição acirrada por vagas trabalho. Além disso, Minucci comenta a presença de dois tópicos importantes na geração nem-nem:

    Crise econômica e social: as crises enfrentadas pelo Brasil desde o final dos anos 90 tiveram impacto significativo na perspectiva desses jovens. A instabilidade econômica e a insatisfação profissional são fatores que contribuíram para a falta de perspectiva.

    Dependência financeira e residencial: houve um aumento no número de jovens que são financeiramente dependentes de suas famílias e residem com seus parentes, o que pode dificultar a busca por independência e inserção no mercado de trabalho.

    Medidas para enfrentar o desafio

    Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirma que 73% da geração nem-nem é formada por mulheres, tendo a gravidez precoce como principal causa. Os dados da pesquisa também mostram que o Brasil tem 3 milhões de pessoas desocupadas, que estão procurando emprego há mais de dois anos, e cerca de 5 milhões de desalentados — quem desistiu de procurar trabalho. Segundo o Ipea, metade deles não completou o ensino fundamental, 25% estão na faixa etária de 18 a 24 anos.

    “Os números confirmam a necessidade de políticas públicas para ajudar os jovens a se profissionalizarem e ingressarem no mercado de trabalho. As consequências da geração nem-nem vão além do desemprego, incluem o aumento da diferença da desigualdade social e afetam os problemas com a saúde mental. Muitos jovens se sentem pressionados a conseguirem uma formação e um trabalho cada vez mais cedo, o que os afetam psicologicamente”, diz Minucci.

    O Mentor aponta que a geração nem-nem representa um desafio para a sociedade e o país como um todo. Para superar essa realidade, ele propõe a adoção de algumas medidas:

    Investir na educação e qualificação profissional: é essencial fortalecer o sistema educacional e oferecer oportunidades de capacitação profissional, para que os jovens adquiram habilidades relevantes para o mercado de trabalho atual.

    Incentivar o empreendedorismo: estimular o empreendedorismo pode ser uma alternativa para que jovens encontrem formas criativas de se inserir no mercado.

    Invista no aprimoramento da comunicação: uma alternativa essencial para os jovens se prepararem para o mercado de trabalho é desenvolver habilidades de comunicação para estabelecer conexões durante o momento crucial das entrevistas. Nesse contexto, um treinamento de comunicação é uma dica valiosa, pois os ajudará a aperfeiçoar suas capacidades de expressão, escuta ativa e empatia, proporcionando maior confiança e assertividade, fatores determinantes para alcançar sucesso nas oportunidades profissionais.

    Promover ações de inclusão social: políticas públicas que visem a inclusão social e a redução das desigualdades podem ajudar a abrir novas possibilidades para os jovens da geração nem-nem.Investir na saúde mental: por não conseguir concluir os estudos ou não achar emprego, é natural vir o desanimo e a pressão social. É importante buscar ajuda de psicólogos para orientar e ajudar em um momento que as oportunidades parecem escassas.

    Promover a busca por proposito: no cenário atual é necessário desenvolver uma geração de pensadores autônimos e criativos. Por isso, é importante ter uma educação mais prática e experimental. Viver novas experiências ajuda a se redescobrir e encontrar animo e um novo objetivo.“A geração nem-nem não deve ser vista como um grupo desmotivado ou acomodado, mas sim como uma parcela da população que enfrenta desafios específicos. Investir em sua capacitação e oportunidades pode ser um caminho para transformar essas dificuldades em perspectivas de futuro promissor”, enfatiza Minucci.

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