Em 1978 era criada a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal para garantir o desenvolvimento rural sustentável, gerar emprego, renda e garantir alimento de qualidade à mesa da população da nova capital do Brasil. Neste dia 7 de abril de 2024, a Emater-DF completa 46 anos de dedicação às famílias rurais, à agropecuária da capital e à produção sustentável.
Com o objetivo de planejar, coordenar e executar programas de assistência técnica, econômica e social, para o aumento da produção e da produtividade agropecuária e a melhoria das condições de vida do homem no meio rural, o êxito da empresa foi construído no trabalho diário dos extensionistas rurais, que se dedicaram e se dedicam em levar conhecimento, tecnologia e políticas públicas aos milhares de produtores rurais atendidos.
Criada com uma estrutura precária, em 1978, a Emater-DF contava apenas com 23 funcionários, sendo 11 técnicos (engenheiros-agrônomos, médicos-veterinários e técnicos agrícolas), dez funcionários de apoio técnico e administrativo, o presidente e o diretor, que se dividiram em um escritório central e cinco escritórios locais. No intervalo de 46 anos, a empresa se multiplicou exponencialmente.
De acordo com o Relatório de Gestão da Emater-DF, em 2023 a empresa contou com o trabalho de 193 extensionistas rurais, entre empregados e colaboradores, divididos entre engenheiros-agrônomos, técnicos agrícolas, médico- veterinários, zootecnistas, assistentes sociais e economistas domésticos, que realizaram um total de 190.388 atendimentos.
De acordo com o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, o Distrito Federal se consolidou como uma importante e dinâmica região no contexto da agricultura brasileira, tanto em escala de produção quanto na diversidade de produtos, ganho de produtividade e qualidade do alimento produzido e levado à mesa da população. As ações realizadas no campo contribuíram ainda para aumentar a qualidade de vida dos produtores rurais e de suas famílias, garantir a segurança alimentar deles, preservar o meio ambiente e buscar o desenvolvimento rural sustentável.
“Nestes 46 anos da Emater-DF, temos muito a comemorar. A despeito dos desafios que já enfrentamos e que ainda temos pela frente, mudamos a realidade do campo. Somos referência nacional na produção de grandes culturas, como trigo e soja, e de frutas, como goiaba e morango. Empregamos tecnologia de ponta na produção de hortaliças, na criação bovina de corte e leite, na avicultura, de postura e de corte, na aquicultura. Esse desempenho reflete diretamente a prestação dos nossos serviços de assistência técnica e extensão rural, avaliados como um dos melhores do país, porque levamos tecnologia, pesquisa, atendimento personalizado e as políticas públicas do nosso governo para melhorar a vida dos produtores, dos trabalhadores, das mulheres, das crianças, dos jovens e dos idosos que vivem nas áreas rurais”, afirmou o dirigente.
Passado e futuro
Em janeiro deste ano, em atendimento a uma demanda antiga dos empregados, a Emater-DF promoveu o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para 23 servidores com mais de 15 anos de empresa. Para atrair interessados, foram oferecidos benefícios financeiros e incentivos a fim de reconhecer e valorizar o empenho e dedicação ao longo dos anos de trabalho na empresa. Nesse grupo que aderiu ao PDV está o engenheiro-agrônomo Almeri Martins, o extensionista mais antigo em atividade até janeiro. Foi admitido na criação da Emater-DF, em 1978, assim, estava em vias de completar 46 anos no trabalho de desenvolvimento sustentável do campo.
De acordo com o ex-empregado, quando entrou na Emater-DF, a agricultura local era muito precária e todo o alimento consumido à época era importado. Portanto, o trabalho de assistência técnica realizado pelos poucos extensionistas foi decisivo para mudar completamente a realidade e transformar em poucos anos o DF em exportador de pimentão, batata, cenoura e feijão, por exemplo. Esse resultado foi alcançado em conjunto com a Embrapa, por meio do Centro Nacional de Pesquisa em Hortaliças (CNPH).
“Nós fazíamos muitas capacitações e tínhamos uma atuação muito próxima com pesquisadores da Embrapa. Nessa parceria, fizemos juntos o livro Recomendações para Uso de Corretivos, Matéria Orgânica e Fertilizantes para Hortaliças do Distrito Federal, que se transformou na bíblia do campo, usado tanto pelos técnicos quanto pelos produtores. Os produtores não tinham acesso à tecnologia, saímos do zero. Agora, em 2024, somos autossuficientes em quase tudo e isso se deve ao trabalho de ater desenvolvido na agricultura local”, contou Almeri.
Para a coordenadora de Operações da Emater-DF, Adriana Nascimento, admitida no último concurso público realizado em 2010, a empresa, naquela época, seguia um modelo de atuação mais tecnicista, ou seja, adotava estratégias de desenvolvimento mais intervencionista, onde eram levados em conta aspectos técnicos da produção, mas sempre muito comprometida em observar as questões culturais, sociais e ambientais da propriedade.
“Ao longo desses 14 anos, a Emater se modernizou em seus processos e no seu modelo de gestão, hoje temos um planejamento estratégico bem elaborado e estabelecido e um planejamento operacional totalmente alinhado com o nosso planejamento estratégico institucional, com o planejamento do GDF e seguindo os objetivos de desenvolvimento sustentável mundial. Olhando para o futuro, acredito em uma Emater mais reconhecida por sua excelência na prestação de assistência técnica e extensão rural, sempre comprometida com o bem-estar econômico, social e ambiental do campo, com muitos desafios na execução das políticas públicas, na orientação dos agricultores nos sistemas de produção mais sustentável e na oferta das inovações tecnológicas viáveis para agropecuária do Distrito Federal”, ressaltou.
Uns saem e outros entram. Com o olhar de renovação, está em andamento um concurso público para provimento de 126 vagas, sendo 35 imediatas. Segundo Cleison Duval, que é empregado de carreira da empresa desde 2011, a contratação de profissionais com novas perspectivas vai contribuir para oxigenar e reforçar o quadro atual, que está defasado. “Será com muita alegria e desejando que os aprovados entrem com muita garra para se unirem aos extensionistas do quadro e, assim, todos juntos possamos exercer nossas atividades com competência, dedicação, fazendo a história da agricultura e das famílias rurais e construindo os novos caminhos para o desenvolvimento cada vez mais sustentável no DF”, finalizou Cleison Duval.