O extensionista Carlos Morais apresenta uma muda de baunilha pompona, espécie brasileira
A Emater-DF ofereceu, na tarde desta quinta-feira (13), um encontro técnico sobre plantio e manejo de baunilha para iniciantes. Pouco mais de 30 pessoas participaram, entre agricultores, trabalhadores rurais e demais interessados em investir nessa atividade. O evento aconteceu na propriedade da produtora Valdivina Alves, na região da Fercal.
Segundo o extensionista Carlos Morais, da Emater-DF, existem cerca de 30 espécies de baunilha no Brasil, das quais seis são produtivas e podem ser usadas comercialmente. “Trata-se da segunda especiaria mais cara do mundo, atrás apenas do açafrão espanhol. As possibilidades de retorno financeiro são bastante altas”, destaca Morais.
O especialista explicou que, embora a baunilha leve um longo tempo para florescer — aproximadamente um ano após o plantio —, o manejo é simples. “A planta é uma orquídea, logo é uma trepadeira. É necessário cultivar cada muda junto a um suporte, além de observar a irrigação no sistema de microaspersão suspensa e uma entrada regulada de luz” — observa Carlos Morais.
Ainda de acordo com o técnico da Emater-DF, os dois maiores desafios de quem pretende investir no cultivo de baunilha são o treinamento de trabalhadores e o acesso ao mercado. “Já existe uma associação de produtores aqui no DF que está se estruturando para capacitar mais pessoas no manejo da planta. Além disso, existem formas de agregar valor ao produto, como vende-lo em forma de açúcar ou pó, ou seja, ingredientes que podem ser usados no preparo de pratos gourmet”, atesta Morais.
Atividade agradável
A anfitriã do encontro técnico, Valdivina Alves, conta que, após se aposentar do serviço público, começou a se dedicar à produção de ovos, batata e pitaya. “Havia um pé de baunilha meio por acaso na chácara e, uma vez a Clarissa (Campos, gerente do escritório da Emater-DF em Sobradinho) viu e me disse que a empresa está incentivando o plantio de baunilha. Em dez meses, me integrei ao grupo de produtores, construí meu canteiro e estou com ótimas expectativas”, comemora.
Valdivina acrescenta que procurou uma atividade cujo manejo fosse simultaneamente agradável e rentável. “Tenho prazer em acompanhar o progresso das orquídeas. Ao mesmo tempo, o cultivo me faz estudar, ler, fazer novas amizades no grupo de produtores… a vida não termina com a aposentadoria. Pelo contrário, pode significar um novo começo”, conclui.
O extensionista Carlos Morais reforça o argumento. “Um dos pilares do trabalho da Emater-DF é promover o bem-estar mental dos nossos beneficiários, fechando assim o tripé do desenvolvimento: econômico, social e ambiental”, adianta.
O encontro técnico foi um dos eventos da Semana do Produtor de Sobradinho. A gerente do escritório da Emater-DF na região, Clarissa Campos, lembrou que os extensionistas planejaram uma extensa programação e que todos estão convidados. “A semana é uma oportunidade de integrar as 27 comunidades rurais atendidas por nós nessa região, quando os produtores e suas famílias podem trocar experiências, conhecer novas técnicas e tecnologias”, ressaltou. A programação completa pode ser acessada aqui.