Confira ainda como prevenir e tratar esses problemas. Dr Mário Falcão também cita quais as raças mais propensas aos diagnósticos. Foto: Divulgação Freepik
As lesões oculares são um motivo comum de consultas em clínicas veterinárias, especialmente em cães e gatos. De acordo com Mário Falcão, especialista em oftalmologia de pequenos animais, muitas dessas lesões podem ocorrer de forma aguda, seja por traumas, irritações ou até doenças subjacentes, e requerem tratamento rápido para evitar complicações mais graves, como infecções ou até cegueira.
O especialista, do Centro Veterinário da Visão, CVV, destaca algumas das lesões oculares mais frequentemente encontradas em consultório, além de cuidados, formas de prevenção e opções de tratamento. Confira:
1- Úlcera de córnea: essas são lesões frequentes que ocorrem quando há uma lesão na superfície da córnea. Conforme Falcão, raças braquicefálicas, como Bulldogs, Shih Tzu e Pugs, são particularmente suscetíveis devido à conformação dos olhos salientes. Ele aponta que lacrimejamento excessivo, piscadas frequentes, dor, vermelhidão e opacidade na córnea são os principais sintomas desse tipo de lesão.
“O tratamento para a úlcera de córnea é feito com colírios antibióticos para prevenir infecções, além de medicamentos cicatrizantes e protetores da córnea. Casos graves podem exigir cirurgia”, destaca. O médico pontua que para prevenir essa lesão, é preciso manter o ambiente livre de objetos que possam causar ferimentos e evitar o contato com outros animais que possam arranhar o olho. Consultas regulares também são recomendadas.
2- Conjuntivite: inflamação da conjuntiva, a conjuntivite é causada por infecções bacterianas, virais (como o herpesvírus felino) ou alergias. Ela pode ser um sinal de outras alterações oculares, como uveíte e glaucoma, e deve ser avaliada por um oftalmologista veterinário. Dr Mário aponta que os sinais incluem vermelhidão, secreção ocular, coceira e inchaço nas pálpebras, mas há prevenção e tratamento.
“Essa inflamação pode ser prevenida ao evitar que o pet tenha contato com outro animal infectado e com higiene constante do ambiente. O tratamento deve ser feito com colírios antibióticos ou antivirais, dependendo da causa”, ressalta. Ele comenta que para casos alérgicos, medicamentos anti-histamínicos podem ser indicados.
3 – Ceratoconjuntivite Seca (CCS) – “Olho Seco”: A CCS resulta, conforme o especialista, de uma produção insuficiente de lágrimas, levando ao ressecamento da superfície ocular, o que pode causar lesões e inflamação. Os sintomas são: olhos secos, opacos, secreção mucosa e inflamação crônica. Para prevenir, é preciso manter os olhos do pet lubrificados, especialmente em raças predispostas, e realizar exames oftálmicos regulares. “Para tratar o problema é necessário o uso de lágrimas artificiais e colírios imunossupressores, além disso, casos graves podem precisar de cirurgia”, relata o médico.
4- Traumas Oculares: podem ocorrer por acidentes, objetos estranhos ou mordidas, variando de leves irritações a perfurações graves. Podem aparecer com sangramento, lacrimejamento, dor, inchaço ao redor do olho e alterações visíveis na estrutura do olho. “É preciso evitar atividades que possam ferir os animais, como brincadeiras bruscas. Mas, se o trauma acontecer, o tratamento vai depender da gravidade, por exemplo, lesões leves podem ser tratadas com colírios antibióticos e anti-inflamatórios, enquanto traumas graves podem necessitar de cirurgia”, exemplifica.
5- Corpos estranhos: são fragmentos de plantas, areia ou poeira, que podem causar irritação e lesões quando entram nos olhos dos pets. Os sinais aparecem com lacrimejamento, dor, piscadas frequentes e tentativa de coçar o olho. O tratamento, segundo o médico do CVV, é a remoção do corpo estranho por um veterinário, seguida de tratamento com colírios antibióticos e cicatrizantes. “Para prevenir esse tipo de lesão é preciso evitar ambientes com poeira ou vegetação densa durante passeios e verificar os olhos após as caminhadas”, aponta.
6- Blefarite: a última lesão citada pelo especialista é blefarite, uma inflamação das pálpebras causada por infecções, alergias ou condições autoimunes. Ela pode ser associada a infestação de ácaros ou outros parasitas, especialmente em pacientes alérgicos. Segundo Falcão, os sintomas envolvem inchaço, vermelhidão, crostas nas pálpebras e coceira intensa.
Ela pode ser evitada mantendo higiene do pet e do ambiente e tratando reações alérgicas ou infecções parasitárias. “Para tratar a blefarite é necessário fazer limpeza diária das pálpebras, usar antibióticos e, em casos alérgicos, medicações específicas. Pomadas imunossupressoras podem ser necessárias”, reforça Dr Mário.
“Com cuidados preventivos adequados e tratamento precoce, muitas lesões oculares podem ser gerenciadas de forma eficaz, garantindo a saúde ocular e a qualidade de vida dos pets”, finaliza o veterinário, especialista em saúde ocular de pequenos animais.