*Carlos Eduardo Silveira Goulart
Afinal, esse regime nefasto – o Nazismo – foi resultado de uma doutrina do espectro político-ideológico da direita como costuma ser mais aceito por aí, ou não? Essa é a pergunta que precisa ser respondida cuidadosamente, tendo por base os fatos históricos ocorridos na ocasião do surgimento deste regime, bem como o correto entendimento do significado destas duas linhas espectrais de pensamento político. Hoje o que percebemos é que os “manuais de história” muitos dos quais, parte integrante da lista escolar, não hesitam em postular que o Nazismo foi uma doutrina que se encaixa dentro do espectro político da Direita. O que diferencia história de estória? Como saber se uma história não passa de uma estória? Com foco nessas dúvidas, precisamos sempre nos lembrar da célebre frase do George Orwell em seu profético livro “1984”: “Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado.” Dito isso, vamos começar por fazer uma breve reflexão acerca de fatos histórico daquela época:
O nome do partido era Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP. Traduzindo para o nosso português: Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Fundado em 1919 a partir de um movimento do sindicato dos trabalhadores e assumido por Hitler um ano depois.
O termo “Nazi”, de onde vem o termo Nazismo, deriva da abreviação do termo alemão para Nacional-Socialismo (Nationalsozialistische) e denomina a política da ditadura que governou a Alemanha de 1933 a 1945, o Terceiro Reich. O Nazismo é associado ao Fascismo, embora os nazistas dissessem “praticar uma forma nacionalista e totalitária de socialismo” (Adolf Hitler, em Mein Kampf), oposta ao socialismo internacional Marxista adotado por Mussolini. Isso porque como a História nos mostra de maneira incontestável, Mussolini, além de aliado, foi inspiração e referência para Hitler nos primeiros momentos do desenvolvimento do Nazismo. Na primeira metade da Segunda Grande Guerra, Hitler, Stalin e Mussolini eram de fato associados. É possível citar como exemplos, três importantes acordos: em 1º de novembro de 1936 a Alemanha e a Itália anunciaram a criação do Eixo Roma-Berlim; O Pacto Molotov–Ribbentrop, também conhecido como Pacto Nazi–Soviético foi um pacto de neutralidade entre a Alemanha Nazista e a União Soviética assinado em Moscou, em 23 de agosto de 1939; a este pacto seguiu-se o Acordo Comercial Germano-Soviético em fevereiro de 1940.
Analisemos também o espectro político desses movimentos, abordando inicialmente o Fascismo, mas depois dando ênfase no Nazismo, o qual resta a maior discussão, usando citações dos próprios atores envolvidos:
– “Você não pode se livrar de mim porque sou e sempre serei socialista.” — uma frase de Benito Mussolini
– “Uma revolução para ser grande, para dar um cunho profundo à vida histórica de um povo, deve ser social.“ — também por Benito Mussolini
– “Socialismo significa a elevação e a purificação da consciência individual, e sua implantação será o resultado de uma larga série de esforços. Todos, na verdade, do profissional ao operário, podem por uma pedra neste edifício, realizando um ato socialista todos os dias e preparando, assim, a derrocada da sociedade existente.“ — Benito Mussolini
Fonte das citações acima: Opera Omnia di Benito Mussolini, volume 2. Essa obra é uma coleção de 35 volumes que contém textos primários do fundador do fascismo italiano. Foi publicada pela primeira vez em 1951. Esta obra é uma compilação dos escritos e discursos de Mussolini, organizada por Dario Pirani e editada por Edizioni La Fenice em Verona, Itália. Trata-se de uma série abrangente que reúne o conteúdo em vários volumes, cobrindo a vida política e a visão de Mussolini ao longo dos anos.
Agora vejamos o que dizia Hitler e os seus:
– “O Socialismo é a ciência de se lidar com o bem-estar geral“ — Adolf Hitler
A fonte da citação acima é o livro Mein Kampf. Esse livro foi escrito pelo próprio Adolf Hitler enquanto ele estava preso em 1923, após uma tentativa fracassada de golpe conhecida como o Putsch da Cervejaria. A obra foi publicada em dois volumes, em 1925 e 1926. O livro é uma combinação de autobiografia e manifesto político, no qual Hitler expõe suas ideias e visões de mundo. Mein Kampf serviu de base ideológica para as ações políticas de Hitler e do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, influenciando diretamente a ascensão ao poder e as políticas que levariam à Segunda Guerra Mundial e ao Holocausto.
Analisemos agora as próximas citações:
– “Uma jovem pátria surgirá quando a frente socialista for sólida. “
– “Tal é nossa tarefa como Nacional-Socialistas. Nós fomos os primeiros a reconhecer as conexões, e os primeiros a começar a luta. Porque somos socialistas, sentimos primeiro as maiores bençãos da nação e porque somos nacionalistas quisemos promover a justiça socialista na nova Alemanha.”
– “Somos socialistas porque vemos a questão social como uma questão de necessidade e justiça para a própria existência de um estado para nosso povo e não como uma questão para piedade barata e sentimentalismo humilhante. O trabalhador tem direito a um padrão de vida que corresponda ao que produz.”
– “É uma questão de formar uma nova consciência do estado que inclua todo cidadão produtivo. Já que os políticos do momento não querem nem tem como criar uma tal situação, o socialismo só será conquistado com luta.”
– “Por que somos um partido dos trabalhadores? Somos um partido dos trabalhadores porque vemos na vindoura batalha entre o mercado financeiro e o trabalho o fim da estrutura do século 20. E estamos do lado do trabalho contra o mercado financeiro. O dinheiro é a régua do liberalismo; trabalho e realização são as réguas do estado socialista. O liberal pergunta: O que é você? O socialista pergunta: Quem é você? Há um abismo entre eles.”
Todas essas citações podem ser encontradas em Die Zeit ohne Beispiel (1941) e foram escritas por Joseph Goebbels, que foi o Ministro da Propaganda da Alemanha nazista e um dos principais colaboradores de Adolf Hitler. Ele escreveu e produziu diversos materiais ao longo de sua carreira, tanto antes quanto durante o regime nazista. Goebbels utilizou suas habilidades literárias e de comunicação para reforçar a ideologia nazista e moldar a opinião pública durante o regime de Hitler. Suas obras e discursos são amplamente estudados para entender o funcionamento da propaganda nazista e a manipulação das massas na época. As citações acima podem ser consideradas um bom resumo das linhas ideológicas básicas da propaganda nazista pouco antes da tomada do poder por Hitler em 1933.
Embora Nazismo, Fascismo e Marxismo apresentem evidentes diferenças doutrinárias, fica óbvio, que a base ideológica que promoveu a popularidade dos três regimes bebe na mesma fonte: o Socialismo. Isso pode ser facilmente constatado pela simples observação das próprias manifestações dos protagonistas principais.
A aliança entre esses três regimes só começou a se desfazer em 1941 quando a Alemanha invadiu a União Soviética por questões relacionadas ao Lebensraum, o conceito de “espaço-vital” que a Alemanha Nazista criou para reivindicar seu suposto direito ao leste Europeu. A partir daí o discurso político-ideológico dos Nazistas mudou, na tentativa de justificar seu afastamento do antigo aliado. Um pouco mais tarde, com o enfraquecimento do Fascismo de Mussolini, o mesmo ocorreu entre Alemanha e Itália. Hitler passou a criar narrativas político-ideológicas que o afastasse do antigo ídolo.
– “O Marxismo pretende dar o mundo aos judeus.“ — Adolf Hitler
– “Meu Socialismo nada tem a ver com Marxismo. Marxismo é antipropriedade. O Socialismo verdadeiro não é. “— Adolf Hitler
– “Num mundo inseguro existem apenas duas coisas em que se pode confiar: na insegurança da Itália e na de Mussolini. “— Adolf Hitler
As citações acima são encontradas na obra de Francis Ludwig Carsten, “The Rise of Fascism, (A Ascensão do Fascismo), publicada pela University of California Press em 1982. Essa obra detalha como Benito Mussolini e também Adolf Hitler usaram propaganda, opressão e manipulação de instituições democráticas para consolidar o poder. Embora tenha ênfase sobre o Fascismo de Mussolini “The Rise of Fascism” é considerada uma referência importante para o estudo desses regimes ditatoriais de origem socialista, por oferecer uma análise abrangente e detalhada, baseada em uma rica pesquisa documental. A obra ajuda a compreender as causas e os mecanismos que permitiram o surgimento dessas forças políticas e sociais na Europa do século XX.
Nesse contexto de conveniente afastamento por parte de Adolf Hitler, é interessante notar como a narrativa ideológica começa a ser moldada conforme os interesses políticos do momento. É justamente essa “transformação” que causa confusão na mente daqueles que não têm entendimento claro do que significam os espectros políticos hoje denominados “esquerda” e “direita”. Afinal, o que são as verdadeiras diferenças ideológicas fundamentais que diferenciam esses dois espectros políticos?
Os termos “esquerda” e “direita” surgiram durante a Revolução Francesa, 1789, quando os membros da Assembleia Nacional Francesa se dividiam em partidários do Rei, que se sentavam à direita do púlpito do presidente da Assembleia, e simpatizantes da revolução que se colocavam à esquerda deste púlpito. À ocasião eram chamados também de “Conservadores” e “Progressistas”. Modernamente, as alcunhas que mais caracterizam os espectros de direita e esquerda são respectivamente “Capitalistas” e “Socialistas”, de onde se pode extrair as doutrinas Capitalismo e Socialismo. Capitalismo contemporâneo tem várias vertentes (conservadorismo, liberalismo, neoliberalismo, anarquismo, etc.), assim como o socialismo (progressismo, comunismo, fascismo, Maoismo, Leninismo, Stalinismo, socialismo-africano, social-democracia, anarquismo socialista, etc…).
Definir esquerda e direita pode ser bastante polêmico pois nesses debates, cada autor invoca desejos e interpretações próprias. Mas se peneirarmos, filtrarmos e destilarmos as posições de cada autor, o que sobra? Vamos às raízes históricas: embora a primeira corrente socialista, o denominado Socialismo Utópico, tenha sido desenvolvida ainda durante a Primeira Revolução Industrial (e aí encontremos seu mais reconhecido filósofo, o francês Claude-Henri de Rouvroy conhecido por Conde de Saint-Simon), aquele que é considerado o pai do socialismo contemporâneo (ou científico) é Karl Marx (e seu amigo patrocinador Engels), autor das obras que são a base dos pensamentos da esquerda atual: ” O Manifesto Comunista (1848) e O Capital (1867-1894)”. Do outro lado, temos aquele que é considerado por muitos, o pai do Capitalismo, Adam Smith, autor da obra que é talvez a raiz do pensamento da Direita: “Riqueza das Nações” (1776). Notem que este último precede Marx em mais de um século, e é a base literária que Marx usou para se opor. Pelo que se pode extrair do estudo desses autores, Socialismo pode ser entendido como: uma doutrina política na qual o domínio dos meios de produção deve pertencer à coletividade, sob tutela do Estado; o direito à propriedade privada é restrita; e as desigualdade sociais serão (em tese) pequenas. É o Estado Máximo. Prevalece os interesses do “coletivo” como valor fundamental. No outro espectro, Capitalismo pode ser entendido como: sistema sócio-econômico baseado na propriedade privada e dos meios de produção próprios, no lucro, nas decisões quanto ao investimento de capital feitas pela iniciativa privada, e com a produção, distribuição e preços dos bens, serviços e mão-de-obra afetados pelas forças da oferta e da procura. É o Estado Mínimo. Prevalece a liberdade do “indivíduo” como valor fundamental.
Voltando ao mote desse artigo, o Nazismo, e a atuação de Hitler durante seu Reich (reinado), é fato que a base ideológica da doutrina usada para mobilizar os cidadãos alemães foi o Socialismo e quem afirma isso são os próprios protagonistas, como já foi mostrado acima. As parcerias europeias firmadas durante este período também eram com países que usavam o mesmo argumentário ideológico. Embora muitos autores contemporâneos afirmem que Hitler defendia a propriedade privada e há discursos do próprio Führer (líder) nesse sentido (e.g. “Meu socialismo nada tem a ver com Marxismo. Marxismo é antipropriedade. O Socialismo verdadeiro não é.” – Adolf Hitler) A verdade é que Hitler precisava se descolar do Marxismo, afinal Stalin tornara-se inimigo a partir de 1941. Para além disso, ele passou a usar esse argumento – a defesa da propriedade privada – para justificar a transferência da propriedade privada dos Judeus e eventuais dissidentes, bem como de territórios conquistados, não para o Estado, mas sim para membros do Partido Nazista Alemão, fiéis ao Reich e aos comandos do Führer. Na prática imperava os interesses do “coletivo”, ou do Estado Máximo (ainda que de forma indireta) como valor fundamental.
Outra bandeira levantada por autores como Mario Furley Schmidt (o autor que mais vendeu livros de história no Brasil com o título “Nova História Crítica” adotado pelo MEC, e que apresenta forte retórica anticapitalista), um dos fundamentos que justificam enquadrar o Nazismo como extrema-direita é o nacionalismo. É importante frisar que já foi demonstrado aqui que o fundamento basilar que separa as doutrinas de esquerda e direita é visão acerca do valor do coletivo versus valor do indivíduo (Estado máximo versus Estado mínimo). Mas vamos deixar esse entendimento de lado e adentrar na discussão proposta para esse ponto – o Nacionalismo. De fato, o Nazismo se difere das doutrinas Marxista e Fascista em um ponto importante: estes dois defenderam o socialismo internacional (e hoje, por óbvio, sabemos a razão: expansão territorial). Já os Alemães num primeiro momento experienciavam problemas internos advindos das limitações impostas por outras nações desde o final da Grande Guerra (e.g. Tratado de Versalhes), e se sentiam economicamente oprimidos pelos Judeus (um povo até então sem pátria) que ali se estabeleceram economicamente após o fim da Grande Guerra. Ou seja: Enquanto Mussolini e Stalin queriam “levar ao mundo a bandeira do socialismo” (um belo discurso para justificar ações imperialistas), Hitler queria, num primeiro momento, resolver o problema interno inflamando o sentimento de Nação.
Os próprios boletins doutrinários de propaganda do Partido Nacional Socialista (Nazista) nos fornecem os fatos de forma translúcida:
“O judeu não tem interesse em resolver a questão alemã. Ele não pode ter tal interesse. Ele depende da questão permanecer sem solução. Se o povo alemão formasse uma comunidade unida e ganhasse de volta a sua liberdade, não haveria mais lugar para o judeu. Sua mão é mais forte quando um povo vive em escravidão doméstica e internacional, não quando é livre, trabalhador, autoconsciente e determinado. O judeu causou nossos problemas e vive deles.
É por isso que nos opomos aos judeus como nacionalistas e como socialistas. Ele arruinou nossa raça, corrompeu nossa moral, esvaziou nossos costumes e acabou com nossa força. Devemos a ele o fato de que hoje somos os párias do mundo. Ele era o leproso enquanto nós éramos alemães. Quando esquecemos nossa natureza alemã, ele triunfou sobre nós e nosso futuro.
O que o antissemitismo tem a ver com o socialismo? Eu perguntaria da seguinte maneira: O que os judeus têm a ver com o socialismo? O socialismo tem a ver com o trabalho. Quando foi que alguém viu o judeu trabalhando em vez de saqueando, roubando e vivendo do suor dos outros? Como socialistas, somos oponentes dos judeus porque vemos nos hebreus a encarnação do capitalismo, o mau uso dos bens da nação….
…O pecado do patriotismo burguês foi confundir uma certa forma econômica com o nacional. Ele conectou duas coisas que são completamente diferentes. As formas da economia, por mais firmes que possam parecer, são mutáveis. O nacional é eterno. Se eu misturo o eterno e o temporal, o eterno irá necessariamente entrar em colapso quando o temporal desmoronar. Essa foi a verdadeira causa do colapso da sociedade liberal. Ela estava enraizada não no eterno, mas no temporal, e quando o temporal declinou, ele derrubou o eterno com ele. Hoje ela é apenas uma desculpa para um sistema que traz crescente miséria econômica. Essa é a única razão pela qual o judaísmo internacional organiza a batalha das forças proletárias contra os dois poderes, a economia e a nação, e os derrota.
A partir desse entendimento, o jovem nacionalismo extrai sua demanda absoluta. A fé na nação é uma questão para todos, nunca um grupo, uma classe ou um grupelho econômico. O eterno deve ser distinguido do temporal. Manter um sistema econômico podre não tem nada a ver com o nacionalismo, que é uma afirmação da Pátria. Posso amar a Alemanha e odiar o capitalismo. Não só posso, eu devo. Somente a aniquilação de um sistema de exploração traz consigo o núcleo do renascimento do nosso povo.
O socialismo só é possível num Estado que está unido internamente e livre internacionalmente. A burguesia e o marxismo são responsáveis por não alcançar os dois objetivos, a unidade doméstica e a liberdade internacional. Não importa quão nacionais e sociais estas duas forças se afirmem, elas são as inimigas de um Estado nacional socialista.
Temos, portanto, que destruir ambos os grupos politicamente. As linhas do socialismo alemão são nítidas e nosso caminho é claro.
Somos contra a burguesia política e a favor do nacionalismo genuíno!
Somos contra o marxismo, mas a favor do verdadeiro socialismo!
Somos a favor do primeiro estado nacional alemão de natureza socialista!
Somos a favor do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães! ”
– Fonte: – Adolf Hitler e Joseph Goebbels no Manifesto Nazistas de 1932. O manifesto nazista refere-se a documentos e declarações políticas feitas pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista ou NSDAP), liderado à época por Adolf Hitler, durante o período que antecedeu a sua ascensão ao poder na Alemanha. Embora o manifesto em si de 1932 não seja uma obra singular como um livro ou publicação específica, esse período inclui uma série de plataformas políticas, discursos e materiais de propaganda que ajudaram a consolidar o apoio popular ao partido.
Então, por tudo que se vê, como é possível afirmar que Nazismo é uma doutrina de direita? Esse regime nasceu de um partido de esquerda, com base ideológica e práxis de esquerda. A ligação entre o nazismo e o socialismo é clara e óbvia. Tudo isso posto, resta então tentar entender por que há autores que tentam fazer essa correlação. A resposta a essa pergunta se tornará evidente se antes for respondia da seguinte pergunta: a quem interessa criar essa correlação? Para responder a essas questões, seria muito útil visitar um outro pensador de esquerda: Antonio Sebastiano Francesco Gramsci.
Antonio Gramsci, foi um filósofo marxista italiano conhecido por suas teorias sobre hegemonia cultural. Gramsci e Goebbels representavam correntes ideológicas distintas. No entanto, alguns paralelos podem ser traçados em termos de entendimento sobre a importância da cultura e da propaganda para influenciar as massas e manter o controle social. Gramsci argumentava que a hegemonia cultural era essencial para a classe dominante manter o poder, pois as ideias e valores precisavam ser internalizados pelas massas para garantir a estabilidade do sistema. Goebbels, por sua vez, aplicava um conceito prático semelhante ao usar a propaganda de forma abrangente para manipular a percepção pública e solidificar o controle do Partido Nazista sobre a sociedade alemã.
Gramsci e Goebbels reconheceram, de diferentes maneiras e com objetivos distintos, que a batalha pelo poder exigia mais do que apenas força militar e econômica — ela dependia do domínio das mentes e corações das pessoas.
E para encerrar esse artigo, deixarei uma frase para reflexão dos leitores:
– “As grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha. “
Adolf Hitler militar, escritor, político e líder nazista alemão 1889 – 1945
*Carlos Eduardo Silveira Goulart, Médico veterinário, Mestre em Medicina Veterinária Preventiva, especialista em Conservação de Recursos Naturais.
(Foto: Representação da cruz suástica, símbolo do Nazismo/Wikipedia)