Apesar da preocupação com a crise econômica, os comerciantes brasilienses esperam um crescimento de 3,35% nas vendas da Páscoa em comparação com o mesmo período do ano passado. É o que revela a pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio, em parceria com o Sebrae, entre os dias 2 e 4 de fevereiro, com 166 empresários de 12 segmentos. Em 2015, a estimativa de crescimento nas vendas foi de 0,82% para a data comemorativa.
Mesmo acreditando em uma melhora, os empresários ainda estão cautelosos. A maioria, 39,4% dos entrevistados, espera vendas iguais as de 2015, enquanto 32,6% dos comerciantes aguardam um crescimento nas vendas – ano passado esse índice foi de 31,3%. Por outro lado, 27,9% esperam queda.
O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, explica que a expectativa de crescimento das vendas indica a esperança do empresário de sair do vermelho com a primeira data forte para o comércio no ano. “Sendo a primeira data importante para o comércio em 2016, a Páscoa funcionará como um termômetro para os empresários medirem como serão as vendas durante o resto do ano. A expectativa positiva reflete a esperança de melhora na economia e no fluxo de caixa dos seus empreendimentos”, afirma Adelmir Santana.
O presidente da Fecomércio diz que mesmo com o período econômico difícil as pessoas não deixarão de presentear os familiares. No entanto, muitos consumidores devem optar por produtos mais acessíveis.
Entre os segmentos otimistas, o de vestuário é o que espera melhor movimento durante o período, com expectativa de crescimento nas vendas de 13,19%; seguido por lojas de departamento (12,79%); calçados e acessórios (11,94%); supermercado/hipermercado (5,96%); perfumaria (5,60%); eletroeletrônicos (4,83%); chocolataria (2,94%) e restaurantes (2%). Já o segmento de floricultura é o mais pessimista, com uma expectativa de redução na comercialização de produtos de -10,67%; seguido por loja de artigo para presente (-10%); livraria (-7,27%) e loja de brinquedo (-0,08%).
Com a expectativa de crescimento moderado das vendas, apenas 17,9% dos empreendedores declararam que irão ampliar seus estoques. Em 2015, o mesmo indicador foi medido em 30,2%. A maioria dos lojistas (53,2%) declarou que deve manter o mesmo nível de estoque do ano passado. Entre os empresários entrevistados, 45,9% confirmam que utilizarão estratégias específicas de vendas para a Páscoa. No ano anterior o mesmo indicador foi medido em 55,3%.
Em relação a valores, 77,6% dos empresários disseram que manterão o mesmo preço do produto de 2015, não aplicando aumentos. Já 15,6% dos comerciantes afirmaram que pretendem aumentar o valor dos produtos. O preço médio do presente de Páscoa está estimado em R$ 103,65, sendo que apenas 8,5% das empresas realizarão contratações temporárias para o período.
Consumidor
Entre os consumidores entrevistados, 59% pretendem presentear alguém. No ano anterior, o mesmo indicador foi medido em 65,0% e em 2014 em 87,5%. A maioria dos entrevistados (93,6%), independente do gênero, deve comprar chocolates e trufas para comemorar a Páscoa. Outra parcela (9,3%) pretende adquirir cestas de café da manhã e flores. O preço médio do presente pretendido pelo consumidor é de R$ 123,01. Segundo a pesquisa, 50,4% dos entrevistados deverão passar o feriado em sua própria casa.
A forma de pagamento preferida dos consumidores para este período será à vista, em dinheiro (49,2%), seguido por cartões de crédito (25,4%) e cartões de débito (16,1%). Os motivos que mais chamam a atenção dos consumidores para realizar as compras nesta data comemorativa são: promoções, preços e qualidade dos produtos.