Uma das maiores lições que temos sobre restituição na Bíblia é a história de José. Um jovem rapaz, raptado por seus próprios irmãos e vendido como escravo para os egípcios, que nos traz uma grande luz sobre esse princípio.
“Adiante deles enviou um homem, José, vendido como escravo; cujos pés apertaram com grilhões e a quem puseram em ferros, até cumprir-se a profecia a respeito dele, e tê-lo provado a palavra do SENHOR. O rei mandou soltá-lo; o potentado dos povos o pôs em liberdade. Constituiu-o senhor de sua casa e mordomo de tudo o que possuía, para, a seu talante, sujeitar os seus príncipes e aos seus anciãos ensinar a sabedoria”. Salmos 105:17-22 –
Essa afirmação sobre José tem um peso profético muito grande por ter sido escrito em época bem posterior à sua história. Israel já havia cristalizado suficientemente toda a história de José e havia retirado grandes lições de sua vida e de todo episódio que o cercou. Sem dúvida, alguém ser vendido como escravo e terminar como governador da terra não é muito comum.
O resumo sobre a vida de José começa com a declaração que o Deus Eterno o havia enviado ao Egito. Mas, na verdade, o que encontramos foi um erro de comportamento de seus irmãos. Foi uma atitude de imensa maldade e crueldade por parte deles que precipitou sua ida para o Egito como escravo. Mas, então, temos de decidir se foi o erro e a maldade de seus irmãos ou se foi o Senhor Altíssimo que o enviou, pavimentando seu caminho para o governo do Egito.
Ninguém duvida do registro da história de José. O que precisamos fazer é conciliar esses dois pontos de vista. Na verdade, o que concluímos é que Deus usou a maldade dos seus irmãos como um “passaporte” para José para entrar no Egito. Ou seja, a falha humana não anula a soberania divina; pelo contrário, Ele não hesita em usá-la como parte de Seu poderoso Plano.
Parece que encontramos aqui um princípio de que a dor e o sofrimento atuam como crédito para um futuro de honra e favor. José chegou como escravo injustiçado, mas tinha uma visão maior e mais firme sobre a soberania de Deus e de Sua promessa. Ele deve ter-se agarrado ao sonho em que vira seus irmãos se dobrando diante de si e às histórias que seu pai lhe contava sobre a misericórdia e o poder do Deus Altíssimo. Isso construiu uma fé muito sólida em seu coração, a ponto de portar-se como justo, não traindo seu amo Potifar, aceitando deitar-se com sua esposa, mesmo na solidão e ausência de qualquer pessoa que poderia condená-lo.
Lembre-se de que ele era apenas um escravo, longe dos olhos de todos. Apenas os olhos de Deus o observava.