quinta-feira, 12 dezembro, 2024
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    Brasil deixou de aplicar 35% dos recursos destinados à gestão de riscos e desastres; aponta painel do TCU

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    Entre 2012 e 2023, o Poder Executivo deixou de utilizar 35,5% dos recursos alocados para o programa de Gestão de Riscos e Desastres da Defesa Civil, aponta o painel “Recursos para gestão de riscos e desastres”, do Tribunal de Contas da União (TCU).

    Os dados ainda mostram que cerca do total previsto no Orçamento para ações de resposta, recuperação e prevenção (R$ 33,75 bilhões), apenas R$ 21,79 bilhões foram realmente empregados pela União ou repassados aos estados e municípios.

    Do total empregado, apenas R$ 6 bilhões foram efetivamente utilizados para medidas preventivas, ou seja, obras de infraestrutura executadas para evitar ou reduzir a ocorrência de futuros desastres.

    Para o especialista em infraestrutura e diretor administrativo do Line Bank BR, Marlon Bento, o investimento em infraestrutura pode evitar problemas como os enfrentados no Rio Grande do Sul, devido às chuvas intensas e enchentes.

    “É algo que faz a gente pensar que teve muita negligência. Eu sou gaúcho, moro no Rio Grande do Sul, estou vivendo essa tragédia desde o dia 3 de maio. Esse valor poderia ter sido utilizado para investir em melhores comportas no estado, principalmente na região de Porto Alegre, perto do Guaíba. Segundo, precisava ser investido muito em diques”, aponta.

    O especialista ressalta que Porto Alegre foi um município “extremamente” afetado pois um dique, estrutura utilizada para conter a água, como de rios, foi rompido.

    Medidas de resposta e recuperação

    Segundo o painel, a maior parcela dos recursos desembolsados foi direcionada para as medidas de resposta e recuperação.

    As medidas de resposta compreendem o auxílio às vítimas e a restauração de serviços essenciais, como o fornecimento de água, distribuição de cestas básicas, itens de higiene e a limpeza urbana.

    Por outro lado, a recuperação envolve a reconstrução de infraestruturas danificadas, como pontes, bueiros e pequenas contenções. Dos R$ 21,79 bilhões empregados, aproximadamente R$ 15,12 bilhões (ou seja, 69,4%) foram destinados a essas atividades.

    Considerando apenas os recursos investidos no programa de Gestão de Riscos e Desastres da Defesa Civil, o Poder Executivo direcionou uma quantidade maior de recursos para a recuperação dos danos causados por eventos naturais do que para a prevenção dos mesmos.

     

    Fonte: Brasil 61

    Foto: Gustavo Mansur/Secom

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