domingo, 5 outubro, 2025
More
    InícioBrasilCasos de ansiedade entre adolescentes já superam índices de adultos no Brasil,...

    Casos de ansiedade entre adolescentes já superam índices de adultos no Brasil, aponta RAPS

    -

    Especialista explica como a internet e a pressão social impactam o bem-estar emocional dos jovens e orienta formas de prevenção e apoio

    A adolescência é uma fase marcada por intensas transformações físicas, emocionais e sociais. Nos últimos anos, esse processo natural tem sido atravessado pela conectividade permanente, e os números mostram os impactos disso. De 2013 a 2023, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS registrou uma taxa de 125,8 casos de transtornos de ansiedade por 100 mil habitantes entre jovens de 10 a 14 anos, e 157 casos por 100 mil entre adolescentes de 15 a 19 anos. Entre os adultos acima de 20 anos, a taxa foi menor, sendo de 112 casos por 100 mil.

    Corroborando esse cenário, um levantamento de 2024 da Ipsos revelou que 65% dos jovens de 18 a 24 anos relataram sintomas de ansiedade, e 19% da população brasileira declarou sofrer de depressão. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima ainda que 10% a 20% dos adolescentes de 10 a 19 anos no mundo enfrentam algum problema de saúde mental.

    Segundo o psiquiatra da Afya Educação Médica de Vitória, Rodrigo Eustáquio, o acesso constante à internet trouxe benefícios inegáveis, como informação e interação, mas também aumentou os riscos de comparação social, isolamento e ansiedade. Para ele, é fundamental que os adultos compreendam as particularidades desse período da vida e estejam preparados para acolher as demandas emocionais dos jovens.

    O imediatismo e a busca por popularidade ou destaque nas redes sociais contribuem para o aumento da ansiedade. A distorção da imagem nas redes, onde apenas o ‘lado bom’ da vida é exposto, leva à comparação e à baixa autoestima, especialmente em jovens, que são mais vulneráveis e estão em processo de formação da personalidade. Por isso, a importância do acompanhamento de um adulto constantemente”, afirma o médico.

    Rodrigo explica que sinais como mudanças bruscas de comportamento, queda no rendimento escolar, isolamento, alterações no sono e no apetite podem indicar sofrimento psíquico e exigem atenção imediata da família e de profissionais de saúde mental. Muitas vezes, professores percebem primeiro essas mudanças, que, somadas a hábitos diferentes em casa, como insônia, sonolência excessiva ou perda de apetite, revelam um quadro preocupante. Esses sintomas podem estar associados a transtornos como ansiedade e depressão, reforçando a importância de diálogo aberto entre família e escola para garantir apoio adequado ao jovem. “É preciso olhar com atenção e sem julgamento. Quanto antes o problema é identificado, maiores as chances de recuperação e qualidade de vida”, alerta o médico da Afya Vitória.O psiquiatra também destaca que cuidar da saúde mental não se limita ao consultório, mas envolve práticas diárias. “Rotina estruturada, sono regular, atividades físicas e limites no tempo de tela são medidas simples e eficazes para o equilíbrio emocional”, enfatiza.

    Pensando no ambiente familiar e escolar, o especialista recomenda estimular espaços de diálogo abertos. Os jovens precisam sentir que têm um lugar seguro para falar sobre suas angústias. Escutar é mais importante do que oferecer respostas prontas. Diante de um cenário em que a conectividade é inevitável, o desafio está em ajudar crianças e adolescentes a utilizar a tecnologia de forma equilibrada”, explica.

    Dr Rodrigo ressalta, porém, que a questão do excesso de telas é um desafio para todas as faixas etárias, inclusive para os adultos. “O excesso de telas afeta a todos. No entanto, cabe aos adultos desempenhar o papel fundamental de orientar os mais jovens, mantendo um diálogo aberto, sem julgamentos, fortalecendo vínculos e ajudando a identificar precocemente sinais de sofrimento mental. Esse acompanhamento é essencial para promover hábitos de vida saudáveis e equilibrados”, conclui.

     

    Sobre a Afya

    A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br.

     

    Notícias Relacionadas

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    -Publicidade -spot_imgspot_img
    -Publicidade -spot_imgspot_img
    -Publicidade -spot_imgspot_img

    Últimas notícias