A tendência segue em evidência nas principais mostras da cidade
Tenho acompanhado de perto as principais mostras brasilienses e nesta edição vou falar sobre uma tendência leve e atemporal, que tenho notado em ambientações diversas: a composição que traz em evidência materiais sofisticados, como a madeira, e elegantes, como os tecidos e suas texturas marcantes. Me rendo à beleza dessa possibilidade com apenas um alerta de especialista: é preciso ter cuidado para manter o equilíbrio visual e os espaços, sejam quartos ou salas, sempre confortáveis e de acordo com o estilo que mais agrada o seu usuário.
Na Artefacto, que recentemente acompanhei a inauguração e conferi todos os ambientes, notei que a madeira vem não só no piso, como também em painéis, molduras e cobogós. Clássica, a solução é aposta certa para quem busca um espaço que foge dos modismos e acerta em cheio na beleza atemporal e elegante. Considerada neutra, a madeira abre espaço, mesmo sendo protagonista, para outros elementos como pedras naturais, porcelanatos e também os tecidos. Um exemplo disso é o espaço produzido em homenagem à Martha Medeiros. As escolhas e as misturas proporcionam ao contemplador do espaço uma miragem leve, que remete de fato às famosas rendas que consagraram o trabalho da estilista.
Outro espaço em que observei a presença de madeira em plena harmonia com um vasto misto de tecidos, é o que contempla os traços do trabalho da estilista e empresária Letícia Gonzaga. No ambiente, além de um grande painel que ocupa o teto e paredes, delimitando uma das áreas que compõem o espaço, vemos enxoval e cortinas em tecidos da Artline, além de tapetes em tons neutros. Este é um incrível jogo de texturas e sensações que dão um toque suave e marcante à decoração do Estúdio / Loft da exposição.
Já na Prima Linea, a Vitrine Assinada de 2017, em sua segunda edição, mostra que os revestimentos também podem ser ousados e ao mesmo tempo de beleza sem igual, deixando espaço para… Adivinhem? Para a madeira. No quarto da mostra, CLÁSSI-COR!, vi papel de parede de Roberto Cavalli, repleto de cores e estampas, marcando presença ao lado da madeira que veio nas molduras dos quadros e espelhos e também no mobiliário clássico que ocupa o ambiente. Esse é o exemplo que demonstra a questão do equilíbrio, uma vez que quando temos algo de maior impacto devemos fazer as demais escolhas de forma mais sútil e delicada.
No showroom da German Interiores também observei que a madeira, matéria-prima do mobiliário primoroso da grife, casa muito bem com tapetes e decorativos. Presente em painel ao fundo e ainda na base da mesa de centro, ela ainda compõe com os tecidos dos estofados e nos dá uma amostra do que pode ser explorado nas nossas casas. Fonte de inspiração, não é mesmo?
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