sábado, 2 novembro, 2024
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    Dilma pediu pessoalmente R$ 12 milhões para pagar dívida, diz Marcelo Odebrecht

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    Acordo firmado entre Marcelo Odebrecht e Justiça é revelado pela revista IstoÉ

    R7

    revista IstoÉ traz em sua reportagem de capa deste final de semana detalhes da delação premiada de Marcelo Odebrecht, principal acionista da empreiteira que leva o nome da família. Ele revelou à Justiça que a presidente afastada Dilma Rousseff teria cobrado pessoalmente uma doação ilegal de campanha.

    Segundo a publicação, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, cobrou R$ 12 milhões de Marcelo, entre o 1º e 2º turnos, para fazer um pagamento “por fora” para o marqueteiro João Santana e para o PMDB.

    O empresário se recusou a fazer o pagamento, mas resolveu passar a história a limpo com a presidente.

    Dias depois, em encontro pessoal, o empreiteiro e a presidente afastada mantiveram a seguinte conversa:

    — Presidente, resolvi procurar a senhora para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo Edinho? — perguntou Odebrecht.

    — É para pagar — respondeu Dilma.

    O executivo decidiu fechar em março o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, após ser condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos e 4 meses de cadeia. A empresa também afirmou que buscará colaborar com a Justiça e atualmente negocia um acordo de leniência, o que vai levar outros executivos a também prestarem depoimento.

    A delação de Marcelo e o acordo com a empresa é interpretado em Brasília como uma “bomba”. Isso porque os investigadores da Operação Lava Jato descobriram um setor de propinas estruturado na empresa. Além disso, foi encontrada uma planilha de pagamentos com os nomes de mais de 200 políticos — a operação investiga justamente quais desses pagamentos eram legais e quais eram ilegais.

    De acordo com a publicação, a delação “atesta que a presidente afastada não apenas sabia como atuou pessoalmente numa operação criminosa. Aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empreiteiro desfiou com riqueza de detalhes a ação da presidente”.

    Ao procurar Odebrecht, Edinho teria afirmado que, dos R$ 12 milhões, metade iria para João Santana e metade para o PMDB, do presidente interino Michel Temer, que era o vice na chapa presidencial encabeçada por Dilma.

    À época, segundo revista, a empreiteira já tinha feito uma doação de R$ 14 milhões à campanha, mas o caixa precisava ser reforçado para a batalha do segundo turno.

    O acordo de Odebrecht com a Justiça foi firmado na última semana, segundo a IstoÉ, mas ainda precisa ser homologado pelo ministro Teori Zavascki.

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