Em entrevista exclusiva ao BLOG DO CALLADO, o presidente da comissão do impeachment Rogério Rosso lembra que nunca votou no PT, seja no DF ou para Presidente da República, disse que agirá com fundamental isenção e que cumprirá a Constituição
Por Ricardo Callado
A comissão especial encarregada de dar parecer ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff elegeu na noite desta quinta-feira (17) o deputado brasiliense Rogério Rosso (PSD-DF) para presidir os trabalhos e o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) como relator.
Também foram eleitos: 1° vice: Carlos Sampaio (PSDB-SP), 2° vice: Maurício Quintella Lessa (PR-AL) e como 3° vice, Fernando Coelho Filho (PSB-PE).
O deputado Rogério Rosso é advogado, político e músico. Natural do Rio de Janeiro, mudou-se para Brasília com um ano de idade. É formado em direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e é especialista em marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e em direito tributário, também pelo UniCEUB.
Foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Joaquim Roriz, que depois o nomeou administrador regional de Ceilândia. Na sua gestão, criou o Ceilambódromo e o carnaval da cidade foi transferido para lá.
Durante o governo de José Roberto Arruda, foi presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Candidatou-se a deputado federal em 2006, mas não foi eleito, ficando na primeira suplência, com 51 mil votos.
Em 17 de abril de 2010, foi eleito, com 13 votos, governador do Distrito Federal em turno único na eleição indireta promovida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Foi empossado para o governo provisório em 19 de abril, juntamente com a vice-governadora, Ivelise Longhi.
O senhor é a favor ou contra o Impeachment?
É bom recordar que em 2014 votei na Marina no primeiro turno, e no Aécio no segundo turno, e que jamais votei no PT, seja no DF seja para Presidente da República. Porém, o PSD definiu ser base do governo federal e fui escolhido líder da bancada federal do partido com deputados contra e a favor do Governo. Por formação jurídica e por não prejulgar absolutamente ninguém antes do devido processo legal, ampla defesa e princípio do contraditório e agora como membro e presidente da comissão do impeachment, meu posicionamento se dará no devido tempo. Não adianta inventarem um monte de inverdades a respeito do meu voto pois é fundamental a isenção na condição de presidente desse processo na Câmara Federal. Darei fiel cumprimento a constituição e as leis do meu País.
Como irá reagir às pressões?
Com serenidade e humildade. O povo brasileiro é soberano.
Como será feita a condução do processo de impeachment?
A comissão especial do impeachment foi instalada oficialmente e vamos ter muito trabalho pela frente nas próximas três ou quatro semanas. Fui escolhido por um amplo consenso dos partidos de oposição e da Base na Câmara. Dos 65 Integrantes da comissão recebemos os votos de 62 e 3 abstenções.
Como analisa o atual momento que passa o País?
Precisamos de muita serenidade, humildade e respeito à constituição, ao povo brasileiro e as Instituições democráticas.
Qual a solução para a crise política e econômica?
Não existe receita para a solução dessas crises, mas temos o dever de dar ressonância no Parlamento dos anseios legítimos do povo brasileiro e enfrentar os temas fundamentais para recuperação da economia brasileira.