“Lula perseguido” por um Judiciário dividido e inconfiável é a narrativa principal, desde que a Lava Jato chegou aos seus calcanhares. O que o PT tenta disseminar agora, fundado nos acontecimentos de domingo, são apenas subprodutos da narrativa dominante com o propósito de reforçá-la. Para tentar legitimar a candidatura de Lula? Não. Há muito, o ex-presidente petista sabe que não terá condições de concorrer ao Planalto. Ademais, “Lula candidato” contraria a narrativa “Lula perseguido”. O que alimenta a narrativa “Lula perseguido” é “Lula impedido de ser candidato”. Cenas, como as protagonizadas no domingo, se repetirão à exaustão até o fim do prazo para homologação das candidaturas. O objetivo do PT, na verdade, é vitaminar o espólio político legado a Fernando Haddad, provável candidato do PT à Presidência. O ex-prefeito de São Paulo personificará “Lula perseguido”. É quem levará a narrativa adiante até as urnas. É a única e última tacada petista.
Sérgio Pardellas – ISTOÉ