terça-feira, 26 novembro, 2024
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    Horário de verão: cientistas fazem manifesto contra volta da medida

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    Pesquisadores elencam distúrbios do sono, eventos cardiovasculares e até transtornos mentais como consequência da mudança temporária de horário

    Depois de cinco anos revogado, o horário de verão pode voltar. Mas as polêmicas que envolvem a medida agora vão além da economia de energia, chegaram ao campo da saúde. Um grupo de cientistas ligados à cronobiologia — ciência que estuda os ritmos e os fenômenos biológicos — assinou um manifesto alegando que a mudança de horário pode trazer prejuízos graves à saúde, que superam, inclusive, os benefícios econômicos.

    O manifesto explica que os ritmos biológicos humanos são relacionados ao ciclo natural de luz e escuridão. Esse ciclo regula automaticamente funções essenciais, como sono, apetite e até mesmo o humor. O horário de verão, segundo os estudiosos, confunde essa sincronização e força o organismo a se reajustar a um novo “horário social”.

    A servidora pública de Brasília, Juliana Passos, concorda com os cientistas. Ela não gosta de mudança e conta que tem muita dificuldade em se adaptar.

    “Eu sinto que ele traz impactos bem relevantes para a questão da saúde, principalmente a questão do sono. Quando a gente acorda bem cedo ainda está escuro, para dormir é mais complicado, porque ficamos mais expostos à luz e ao calor e demoramos para relaxar ao final do dia”. A moradora do DF ainda diz que se sente mais irritada nessa época do ano.

    Consequências para a saúde

    Mesmo que a diferença seja apenas de uma hora, a adaptação pode ser lenta e ser mais difícil para algumas pessoas. Segundo especialistas, a mudança pode causar os seguintes problemas:

    • Distúrbios do sono
    • Aumento de eventos cardiovasculares adversos
    • Transtornos mentais e cognitivos
    • crescimento no número de acidentes de trânsito nos primeiros dias após a mudança.

    Pesquisa

    Entre os argumentos usados pelos cientistas no manifesto está um estudo de 2017 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que abordou a forma como lidamos com a transição de horário.

    A pesquisa foi baseada em questionários online e analisou as respostas de mais de 1.200 participantes sobre horários habituais de dormir e acordar, perguntando também sobre a chegada do horário de verão. A conclusão foi que mais da metade dos entrevistados relataram ter algum desconforto durante a vigência do horário.

    Os pesquisadores destacam que a posição expressa no manifesto é baseada unicamente em evidências científicas, independentemente de inclinações políticas, defendendo que para preservar a saúde e o bem-estar, o ideal é manter a alteração nos horários fora dos planos.

    Fonte: Brasil 61

    Foto: Arquivo Agência Brasil

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