Experiências imersivas revelam origens da capital e incentivam cidadãos a reconhecerem-se como parte da memória coletiva
O Museu Vivo da Memória Candanga (MVMC) convida a população a redescobrir as raízes de Brasília por meio de visitas mediadas que transformam a história em uma jornada afetiva. Integradas ao Projeto Educativo do museu, realizado pelo Núcleo de Arte do Centro-Oeste (NACO) com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF, as visitas reforçam a importância de compreender a formação da capital para fortalecer identidades e laços comunitários.
A experiência inicia-se com um acolhimento que contextualiza o espaço — antigo Hospital JKO (1957-1974), primeiro hospital do Distrito Federal — e provoca reflexões como “Quem nasceu no DF?” ou “O que funcionava aqui antes do museu?”, estimulando conexões pessoais com a história local. Em seguida, os visitantes exploram a maquete do Plano Piloto de Lúcio Costa (década de 1980), discutindo conceitos urbanísticos e a relação entre arquitetura e pertencimento, com perguntas como “Sua casa está na maquete?”, que incentivam uma leitura crítica da cidade.
O roteiro principal destaca narrativas fundadoras por meio de exposições como Poeira, Lona e Concreto e A Importância da Mulher na Construção da Nova Capital. Objetos históricos, fotografias e documentos revelam trajetórias invisibilizadas: a jornada exaustiva dos candangos, as origens do termo “candango” e o papel do Quilombo Mesquita no abastecimento dos canteiros de obra. Mediadores incentivam debates sobre ausências nas narrativas oficiais, como a contribuição negra e feminina.
Atividades artístico-pedagógicas aprofundam o vínculo emocional. Crianças recriam paisagens do Cerrado; jovens constroem “malas afetivas” com objetos simbólicos de migração; adolescentes produzem instalações sobre memória coletiva. A ação “Minha Trajetória”, por exemplo, inspira linhas do tempo pessoais após o contato com a cronologia de Brasília, unindo história pública e vivência individual.
A acessibilidade é prioritária: passarelas conectam edificações, há vagas para PcD e intérprete de Libras. As visitas ocorrem de segunda a sábado (9h às 17h), com agendamento para grupos pela página de agendamento (https://calendar.app.google/VfkoA32x5bn1G9iz8). O espaço oferece auditório, pavilhão de exposições, parque infantil e bosque.
“Conhecer a origem de Brasília não é sobre monumentos, mas sobre as pessoas que os ergueram. Perguntas como ‘Que espaços da sua comunidade merecem ser preservados?’ ou ‘Como reduzir o racismo na cidade?’ colocam o visitante como agente ativo dessa memória”, destaca a equipe do MVMC. Ao vincular passado e presente, o museu reforça que a história da cidade é um patrimônio vivo — e cada cidadão, seu herdeiro e guardião.
Serviço:
Visitas Mediadas ao Museu Vivo da Memória Candanga
Agendamento: https://calendar.app.google/VfkoA32x5bn1G9iz8
Informações: educativomemoriacandanga@gmail.com
Funcionamento: segunda a sábado, das 9h às 17h
Local: Lote D Setor Juscelino Kubistchek, CEP: 71739-020 Núcleo Bandeirante, Brasília-DF.
Fotos: Renato