terça-feira, 26 novembro, 2024
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    Nem tudo que borbulha é champanhe

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    Etiene Carvalho – blogvinhotinto@gmail.com

    Jornalista e editora do Blog Vinho Tinto

    Sommelier Fisar, Especialista em Vinhos da França (FWS), especialista em Vinhos da Califórnia (CWS) e (WSET)

     

    No mundo dos espumantes ainda existe muita confusão. Nesse texto, vou tentar esclarecer um pouco o assunto. Pra começar, uma dica importante: todo espumante é um vinho que possui borbulhas, ou seja, gás carbônico. Mas, atenção! Nem todo espumante pode ser chamado de Champanhe ou de Prosecco. Existem pequenas diferenças que fazem de cada um deles uma bebida especial.

    Outro detalhe importante: existem dois principais métodos para se elaborar um espumante: um deles é chamado Charmat – quando a segunda fermentação da bebida acontece em tanques de aço inoxidável; e outro é chamado Champenoise ou Tradicional, um método mais complexo que ocorre quando a segunda fermentação acontece em cada uma das garrafas. Normalmente os espumantes produzidos pelo método Charmat são mais frescos e frutados do que os produzidos pelo método Champenoise, porque nesse segundo método o espumante fica em contato com as leveduras e produz aromas de padaria, brioche ou mesmo de leveduras. Além disso, os espumantes Charmat são mais baratos do que os Champenoise.

    Abaixo, vou falar um pouquinho de alguns dos principais espumantes que existem no mundo:

    Champanhe

    É todo espumante produzido na região de Champagne (França) a partir das uvas Pinot Noir, Pinot Menieur e Chardonnay e pelo método champenoise. Muitos são feitos para envelhecer. Normalmente possuem notas de levedura e brioche e são mais caros.

    Cava

    Espumante produzido em áreas não contíguas da Espanha. A maior parte provém da Catalunha. Macabeu, Parellada e Xarel lo são as uvas principais para os brancos e a Garnacha e a Monastrell para os rosés. O método utilizado para produzi-lo é o Champenoise. Dificilmente são feitos para envelhecer. São vendidos a um preço moderado.

    Prosecco

    Espumante produzido nas regiões de Conegliano e Valdobbiadene no Vêneto, Itália (área do Prosecco). A uva utilizada para produzi-lo é a Glera. Quase todos os Proseccos são feitos pelo método Charmat. São feitos para consumo rápido e possuem nível de açúcar residual mais alto. Tem preço moderado.

    Asti

    Espumantes doces italianos. São produzidos a partir da  Moscato Bianco di Canelli. Se diferencia dos demais pelo fato de ter uma única fermentação. Em sua produção, o suco da uva é fermentado com leveduras em autoclaves (tanques de aço inoxidável fechados) e com temperatura controlada. Esse processo é interrompido quando existe uma quantidade suficiente de gás na bebida, mas com um residual de açúcar ainda elevado. É intensamente aromático e tem baixo teor alcoólico.

     

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