Mais de 250 pessoas, entre produtores e interessados no tema, participaram nesta terça-feira (10) do Dia de Campo sobre Produção e Processamento de Mandioca de Mesa no Distrito Federal. Promovido pela Emater-DF e pela Embrapa Cerrados, o evento abordou questões como manejo do solo e plantio, cultivo irrigado sob cobertura plástica do solo, manejo de plantas daninhas, processamento de raízes, entre outras questões.
Atualmente, o Distrito Federal tem cerca de 1,6 mil produtores rurais que cultivam mandioca em uma área de 905 hectares. No último ano, a produção foi de aproximadamente 18 mil toneladas, o que rendeu um valor bruto de produção de R$ 28 milhões. Com a cultivar BRS 429, desenvolvida pela Embrapa Cerrados e apresentada aos produtores no evento, a expectativa é dobrar a produção, uma vez que a cultivar apresenta alta qualidade e produtividade, se adotadas as Boas Práticas Agrícolas durante o cultivo. Ao final da atividade, foram distribuídas manivas-sementes da variedade aos participantes.
O presidente da Emater-DF, Cleison Duval, destacou a importância do trabalho conjunto. “Essa junção de esforços é o que faz com que as coisas funcionem de fato. Hoje, aqui, é o resultado de um trabalho conjunto, de uma vitrine tecnológica no espaço da Emater-DF na AgroBrasília, mostrando aos produtores o quanto essa nova genética desenvolvida pela Embrapa pode trazer de resultado em produtividade e aumento da renda no campo”.
A atividade aconteceu no espaço da Emater-DF na feira agropecuária e foi dividida em apresentações temáticas, onde também foram demonstradas a qualidade da BRS 429 e a competência da tecnologia desenvolvida pela Embrapa Cerrados. “Essa é uma cultura que é a cara da brasilidade. O objetivo conjunto da Embrapa e da Emater-DF é aumentar o número de produtores e ampliar a produção com qualidade e garantia de genética”, destacou a diretora-executiva de Pessoas, Serviços e Finanças da Embrapa, Selma Lúcia Beltrão.
O evento contou com produtores do DF, Minas Gerais e Goiás, além de estudantes e pessoas interessadas no tema, como Helena Rosa, 59 anos, que disse estar ingressando em uma cooperativa que está com projeto de plantio de mandioca. “Viemos pegar todo tipo de informação para a gente vê o que vamos desenvolver. O conhecimento é o que faz a coisa acontecer. Sem conhecimento a gente não chega a lugar nenhum”, afirmou.
As irmãs Maria de Lourdes e Regilene Santa Cruz, ambas produtoras de frutas e hortaliças em São Sebastião, no Morro da Cruz, disseram que vão investir no cultivo. “Participar desse Dia de Campo deu uma nova visão de como plantar, e plantar da forma correta a mandioca. Amamos o Dia de Campo. Já estamos com a cabeça a mil e queremos plantar de imediato. Como a gente não conhecia nada, tudo que foi dito aqui foi muito aproveitado”, ressaltou Maria de Lourdes.
O Secretário de Agricultura, Fernando Antonio Rodriguez, falou sobre a importância de levar tecnologias que aumentem cada vez mais a produtividade pensando também na sustentabilidade da produção. Ele também falou sobre a importância de articular acordos de cooperação para implantar as políticas prioritárias para o homem do campo.
“Para a gente é muito importante ter aqui no Parque esse espaço de pesquisa e ser vitrine desse projeto que propõe mudar a realidade da produção de mandioca em nosso país”, disse a coordenadora das ações institucionais da AgroBrasília, Lydia Costa. “A transferência de tecnologia é muito importante dentro do papel de inovação. Não existe inovação sem transferência e sem tecnologia”, apontou o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro.
O Dia de Campo conta também com o apoio da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF) e da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF).