Nefrologista do Seconci-SP explica por que precisamos prevenir a doença desde cedo. Foto: dieta.blog.br
O próximo 9 de março marcará o Dia Mundial do Rim. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), aproximadamente 1,5 milhão de brasileiros têm doença renal crônica. A hipertensão (pressão alta, como é popularmente conhecida) é responsável por 35% dos casos e o diabetes, por 30%. Obesidade, presença de doença renal na família, tabagismo e idade acima de 50 anos também são fatores de risco para o desenvolvimento da enfermidade. Diante deste cenário, Paulo Sergio Rovai, nefrologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), chama a atenção para os riscos da doença.
O médico explica que a doença renal é silenciosa e afeta consideravelmente a qualidade de vida de seus portadores, por isso, a importância da prevenção. “As principais causas de doenças nos rins são o Diabetes Mellitus e a hipertensão arterial. Além de invisível, o dano renal é irreversível e pode progredir até converter-se em insuficiência renal crônica terminal, com necessidade de diálise”, diz.
De acordo com o Ministério da Saúde, há 30 milhões de pacientes com hipertensão arterial, representando aproximadamente 24% da população de adultos. E, ainda, há nove milhões de pacientes diabéticos – aproximadamente 8% da população de adultos. “Todos esses pacientes apresentam chance importante de desenvolver um quadro renal em algum momento de suas vidas, por isso a importância do incentivo ao tratamento preventivo dessas doenças”, afirma o nefrologista.
Função do rim
Os rins são responsáveis por quatro funções no organismo: eliminação de toxinas no sangue, regulação da formação do sangue e dos ossos, regulação da pressão sanguínea e controle do balanço químico e de líquidos do corpo. “Os rins funcionam como um filtro e, como nosso sangue passa várias vezes pelos rins durante o dia, retiram todas as toxinas do organismo, que são eliminadas na forma de urina”, explica o médico.
Além dessas funções, os rins também controlam a quantidade de sódio e água no organismo colaborando para manutenção da pressão sanguínea. “As doenças renais podem se manifestar como pressão alta, inchaço ao redor dos olhos e nas pernas, fraqueza, náuseas e vômitos, dificuldade para urinar, alterações na urina e histórico de pedra nos rins”, diz o dr. Paulo.
Tratamento
Existem dois tipos de tratamento para insuficiência renal: o tratamento conservador, no caso de os rins funcionarem com mais de 10% de sua capacidade, e o tratamento dialítico, quando esse percentual já está abaixo de 10%. O primeiro consiste em medidas clínicas (remédios e modificações na dieta) que podem ser utilizadas para retardar a piora da função renal e reduzir os sintomas. Dentre as principais medidas usadas no tratamento conservador estão o controle da pressão arterial, controle adequado da glicemia, interrupção do tabagismo, tratamento do colesterol elevado, uso de medicações que diminuam a perda de proteínas na urina, entre outras.
Quando a função renal progride apesar do tratamento e atinge níveis abaixo de 10% de funcionamento, o paciente é encaminhado para terapia dialítica que inclui a hemodiálise e a diálise peritoneal (métodos de filtragem do sangue que serão discutidos no momento do encaminhamento) e, posteriormente, ao transplante renal.
O dr. Paulo recomenda o controle da pressão arterial e checagem da glicemia (nível de açúcar no sangue), além da manutenção de uma alimentação balanceada. “Para o paciente que já tenha o diagnóstico da doença, é fundamental manter uma dieta adequada para o grau de insuficiência renal. A restrição alimentar aumenta à medida em que a doença progride”, explica.