terça-feira, 26 novembro, 2024
More
    InícioBrasilProcesso de impeachment chega hoje à fase final

    Processo de impeachment chega hoje à fase final

    -

    A presidente afastada, Dilma Rousseff, faz sua defesa durante sessão de julgamento do impeachment no Senado – 29/08/2016 (Ueslei Marcelino/Reuters)

    Na etapa da discussão, acusação e defesa falarão a senadores. Na sequência, parlamentares poderão discursar. Votação deve ocorrer na madrugada

    O processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff chega nesta terça-feira à etapa derradeira: os senadores finalmente apresentarão seus votos – e decidirão se Dilma será condenada por crime de responsabilidade, sendo definitivamente apeada do cargo. A previsão, contudo, é que a votação se dê apenas na madrugada ou manhã de quarta. Isso porque a sessão de hoje abrigará as manifestações da defesa e da acusação, além dos discursos dos parlamentares inscritos.

    Iniciada a sessão, acusação e defesa têm 1h30 para se manifestar. Trata-se da chamada fase de discussão. Há uma hora para réplica e outra para tréplica. Encerrada essa etapa, cada senador terá a palavra, na ordem da inscrição. Os parlamentares terão 10 minutos cada um para se manifestar. Na sequência, o presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, lerá aos senadores um relatório resumido do julgamento, com os argumentos da acusação e da defesa. Depois, dois senadores favoráveis ao impeachment e dois contrários poderão falar por atpe 5 minutos cada. Somente encerrada essa fase o painel de votação será aberto.

    Questões de ordem ou manifestações pela ordem podem ser feitas a qualquer momento, por até 5 minutos. O mesmo tempo é concedido para argumentação contrária. O presidente da sessão decide sobre as questões de ordem, não cabendo recurso ao plenário. Pelo acordo estabelecido entre Lewandowski e os senadores, as questões de ordem devem ser apresentadas no início da sessão e, em seguida, o presidente do STF deve decidir acerca de cada uma delas.

    Ao longo das horas em que falou, Dilma foi dura com o Congresso e chegou até mesmo a responsabilizar os parlamentares por ter inviabilizado seu governo, com a colocação de pautas-bomba em votação. Como de praxe, nenhum mea-culpa de fato – nem para tentar sensibilizar os senadores. Em alguns dos momentos mais tensos da sessão, Dilma esteve frente a frente com os tucanos Aécio Neves (MG), derrotado por ela nas eleições de 2014, e José Aníbal (SP), seu companheiro de luta armada e a quem conhece há 50 anos. Se com Aécio trocou alfinetadas sobre o pleito, a Aníbal a petista disse estar “estarrecida” com o fato de ele ter antecipado que votará pelo impeachment.

    A tropa de choque de Dilma também não perdeu a oportunidade de subir à tribuna. Em um dos mais inflamados discursos, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que a política não veste saias. “Ela ainda é um ambiente misógino”. E prosseguiu: “O que nos dá o direito de julgá-la, de apontá-la os dedos, se a crise econômica que assola esse país teve muito desse Congresso?”. Já Lindbergh Farias (PT-RJ) culpou Temer e Cunha pelo processo – e se referiu à sessão da Câmara que aceitou a denúncia como “assembleia de bandidos”.

    O presidente em exercício Michel Temer acompanhou o discurso da petista no Palácio do Jaburu, acompanhado do ministro da Casa Civil Eliseu Padilha. Interlocutores de Temer classificaram a fala de Dilma como “fraca politicamente” e avaliam que o discurso não tem o poder de mudar votos. Ainda cedo, chegaram à residência oficial de Temer os ministros da Secretaria Geral, Geddel Vieira Lima, o interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz. Assessores palacianos avaliam que Dilma mostrou nas respostas aos congressistas a sua “crônica incapacidade de verbalizar e construir suas ideias”. Todos se dizem convencidos de que os votos computados anteriormente estão “totalmente preservados”.

    Também nos bastidores senadores petistas afirmam que a participação de Dilma foi importante para o registro histórico, mas dificilmente mudará o placar da votação final. Dilma precisa de 28 votos para barrar o impeachment. Na votação que a tornou ré, obteve apenas 21. Aliados do presidente em exercício calculam que cerca de 60 dos 81 senadores vão votar pelo afastamento definitivo da petista.

    Veja.com

    Notícias Relacionadas

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    -Publicidade -spot_imgspot_img
    -Publicidade -spot_img

    Últimas notícias