Produtores rurais e técnicos da Emater-DF reuniram-se para discutir os benefícios e práticas do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH). O encontro permitiu verificar os benefícios obtidos no cultivo de repolho e alface na propriedade do agricultor Ivan Egler, demonstrando uma abordagem sustentável que reduz a necessidade de agrotóxicos.
Segundo o extensionista Márcio Meireles, o SPDH consiste em um preparo diferenciado do solo. “Após análise e correção da terra, um adubo verde de cobertura, geralmente milheto, é plantado para proteger o solo. No caso da propriedade do Ivan Egler, porém, foram utilizadas plantas espontâneas, como braquiária, caruru, joá-de-capote e trapoeraba. Após 60 a 90 dias, a vegetação é dessecada e mantida como palhada, sobre a qual são plantadas as hortaliças”, explica.

O encontro foi realizado no Núcleo Rural Rio Preto. Entre as vantagens de adotar o sistema estão a redução da temperatura do solo em até 10°C, menor erosão do solo e maior retenção de umidade, diminuição da necessidade de irrigação e economia de energia, controle natural de pragas e doenças e aumento da vida no solo, com maior presença de minhocas e microrganismos benéficos.
O produtor também relatou os ganhos que obteve com a adoção da técnica. “No meu cultivo de repolho, já com 60 dias, não foi necessário usar agrotóxicos. Diminuí os custos com a eliminação do revolvimento do solo, tive economia com defensivos químicos e notei as plantas mais vigorosas em comparação com o método convencional”, falou.
Participaram do evento nove produtores das regiões de Taquara e Rio Preto, além de cinco técnicos da Emater-DF, que avaliaram os resultados e discutiram a adaptação da técnica em diferentes propriedades.
O SPDH tem se mostrado uma alternativa viável para agricultores que buscam sustentabilidade, redução de custos e maior produtividade. Com os bons resultados obtidos, a expectativa é que mais produtores do Distrito Federal adotem o sistema.
Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 17 mil propriedades no DF. Por ano, realiza cerca de 170 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.