O Ronco, a Síndrome da Apneia do Sono e o Bruxismo têm sido muito discutidos no Brasil e no mundo. Estes distúrbios, além de transtornos sociais e psicológicos, podem trazer consequências físicas aos pacientes, tais como hipertensão, arritmias cardíacas, AVC e dor orofacial.
A odontologia do sono é uma área da odontologia que permite ao cirurgião-dentista atuar no tratamento dos distúrbios do sono relacionados à Odontologia que são os distúrbios respiratórios do sono como ronco e apneia obstrutiva do sono (SAOS) e a síndrome da resistência das vias aéreas superiores (SRVAS) e os distúrbios do sono relacionados ao sistema mastigatório que são o Bruxismo do Sono e a Dor Orofacial que ocorrem durante o sono ou durante a vigília mas que tem origem no sono.
Sabe-se que existem mais de 80 tipos de desordens do sono. As mais comuns, e que estão relacionadas à Odontologia do Sono, são o ronco, a apneia do sono, o bruxismo do sono e a dor de cabeça do sono. O ronco é um ruído produzido pela respiração durante o sono. Até certo ponto, é normal fazermos algum barulho enquanto dormimos. No entanto, quando existe algum tipo de obstrução no fundo da garganta, o ar produz uma forte vibração no palato e na faringe, provocando o som. Às vezes, esse ruído é tão forte e desagradável que pode chegar a 70 ou 80 decibéis, ou seja, um barulho que pode ser igual ao escapamento de uma motocicleta. A apneia do sono é a obstrução das vias aéreas por alguns momentos durante a noite, pela flacidez dos tecidos da garganta, impedindo a respiração por alguns segundos, várias vezes por noite. Já o bruxismo, é uma desordem funcional que se caracteriza pelo ranger ou apertar dos dentes durante o sono. Essa pressão pode provocar desgaste e amolecimento dos dentes. Nos casos mais graves, podem ocorrer também problemas ósseos, na gengiva e na articulação da mandíbula (ATM).
O ronco e a apneia do sono são frequentes no homem a partir dos 30 anos e nas mulheres a partir da menopausa. Recentemente o tratamento através de aparelhos orais, tem ganhado importância no tratamento desses males, pela facilidade de adaptação e eficácia dos aparelhos, que vem ganhando espaço como uma das principais formas de tratamento.
Estes aparelhos são construídos de modo a posicionar a mandíbula mais para frente, possibilitando que a passagem do ar na garganta fique desobstruída. Existem algumas limitações que precisam ser avaliadas pelo cirurgião-dentista, que muitas vezes precisa do auxílio do médico de sono e também do exame de polissonografia, no qual a pessoa dorme na clínica uma noite, sendo monitorada em todos os aspectos do seu sono.
O cirurgião-dentista, juntamente com o médico do sono, tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento dessas desordens. O diagnóstico começa por um exame clínico do paciente, numa primeira consulta. Em seguida, o exame do sono, chamado de polissonografia, deve ser realizado pelo paciente, quando houver necessidade, estipulada pelo profissional que atua na área de sono. Após o exame define-se, com segurança, o tipo de desordem do sono, e os profissionais estabelecem o melhor tratamento.