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quinta-feira, 25 abril, 2024
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    De volta à vida normal

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    Na segunda-feira 28, o presidente Jair Bolsonaro será submetido à cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia. Durante a recuperação, ele vai governar a partir do hospital

    Quase quatro meses depois de sofrer um ataque em Juiz de Fora, Minas Gerais, e passar por um atendimento de emergência na Santa Casa de Misericórdia da cidade e outro período no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro volta a essa unidade de saúde na segunda-feira 28. Ele irá retirar a bolsa de colostomia instalada logo após o atentado, ainda em Juiz de Fora, para coletar as fezes. A colocação foi necessária porque um pedaço de seu intestino grosso foi perfurado pela facada dada por Adélio Bispo de Oliveira durante um ato de campanha que o então candidato fazia na cidade.

    A expectativa de que tudo corra bem é alta. O presidente encontra-se em boas condições clínicas. Os efeitos adversos comuns às cirurgias às quais ele foi submetido (duas, a segunda seis dias depois da primeira) desapareceram. Diferentemente de uma operação de urgência realizada no abdômen, quando não é possível deixar o intestino vazio, a cirurgia eletiva pela qual passará o presidente permitirá que os médicos o preparem um ou dois dias antes. Bolsonaro deve ser submetido a uma limpeza do intestino para evitar que fezes vazem na cavidade abdominal durante a operação.

    O procedimento será mais simples do que os anteriores, especialmente o primeiro, feito na emergência com Bolsonaro correndo risco de morte. A operação para reversão da colostomia deve durar entre três e cinco horas e será executada com o presidente sob anestesia geral. Hoje, ele usa uma bolsa coletora de fezes acoplada do lado de fora do abdômen. Como a facada transpassou um trecho do intestino grosso, os médicos da Santa Casa foram obrigados a cortar o pedaço ferido, fechar uma das extremidades do intestino, deixando-a no interior da cavidade, e exteriorizar a outra sob a forma de colostomia.

    Baixo risco

    Os médicos irão desfazer o desvio, religando as duas extremidades do intestino para restabelecer o fluxo de saída das fezes pelo ânus. A abertura para o abdômen será feita sobre o mesmo corte feito da primeira intervenção. “Vamos detectar onde está a boca do intestino que havia ficado solta e ocluída no abdômen”, explica o médico Marcelo Perosa, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Leforte, de São Paulo. A costura que havia sido feita para fechá-la será removida. Também vai ser preciso identificar aderências que tenham se desenvolvido e soltá-las. Esse é um trabalho delicado e pode levar algum tempo. Em seguida, a alça exteriorizada vai ser liberada da parede abdominal onde estava fixada. Por fim, as duas alças serão unidas por meio de costura ou de grampeadores e o orifício onde estava a bolsa vai ser fechado.

    Normalmente, o paciente sai do centro cirúrgico direto para o quarto. Somente se houver necessidade é encaminhado para a UTI. “Pacientes com doenças prévias ou que apresentaram complicações no procedimento, como sangramento, podem ser levados para a UTI”, afirma o cirurgião geral Thiago Ribeiro, do Hospital Moriah, em São Paulo. No entanto, a cirurgia de reversão da colostomia apresenta baixo risco de complicações (entre 5% a 20%) e o perigo de mortalidade é quase nulo: chega no máximo a 1%. Por isso, a estadia no hospital não é longa. Ela dura em média de cinco a sete dias. Depois de uma semana de repouso, o presidente deverá estar liberado para trabalhar. A única recomendação é aguardar três meses antes de realizar esforços físicos intensos.

    Cilene Pereira – ISTOÉ

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