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sábado, 20 abril, 2024
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    Teatro Goldoni recebe Achadouros – Teatro para Bebês, com entrada gratuita

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    Espetáculo celebra sua centésima apresentação durante projeto de circulação pelo Centro-Oeste. Foto: diego bresani

    Sucesso junto ao público infantil, o espetáculo Achadouros – Teatro para Bebês, concebido especialmente para bebês de 6 meses a 3 anos de idade, se apresenta durante dois finais de semana no Teatro Goldoni. Serão oito apresentações nos dias 28 e 29 de abril e 05 e 06 maio, com duas sessões diárias aos sábados e domingos, às 11h e às 16h. A entrada é gratuita e os ingressos serão distribuídos a partir do dia 20 de abril na Loja Infinita (CLS 305 Bloco B Loja 05), com lotação máxima de 75 pessoas por sessão. O projeto tem patrocínio do Banco de Brasília – BRB e fomento do Fundo de Apoio à Cultura.

    As apresentações fazem parte do projeto de circulação do espetáculo pelo Centro-Oeste e traça percurso emblemático partindo do DF – Brasília, Santa Maria, Recanto das Emas e Samambaia, passando por Goiás – Formosa e Anápolis, e seguindo até Mato Grosso – Chapada dos Guimarães e Cuiabá, cidade de origem do poeta que o inspirou: Manoel de Barros. Livremente inspirado em seu livro Memórias inventadas – para crianças, o espetáculo Achadouros – Teatro para Bebês é resultado de um trabalho autoral colaborativo entre o diretor José Regino e as atrizes Caísa Tibúrcio e Nara Faria.

    Desde sua estreia em Brasília em 2015 a peça circulou por diversos estados e integrou a programação de vários festivais, como o II Festival Primeiro Olhar – Festival Internacional de Teatro para a Primeira Infância do DF (mostra associada ao Festival Cena Contemporânea 2015), participou da Primavera do Teatro – Mostra para Infância e Juventude, em Brasília (DF) e do 5º Engatinhando Londrina (PR), da Mostra Espetacular – Mostra de Arte para Crianças em Curitiba (PR), entre outros.

    O espetáculo foi contemplado com o Prêmio SESC do Teatro Candango 2015 como Melhor Espetáculo Infantil e em março de 2018 recebeu Menção Honrosa no Prêmio CBTIJ, no Rio de Janeiro.

    O projeto de circulação até Cuiabá foi concebido em 2016, ano em que Manoel de Barros completaria 100 anos, como forma de homenageá-lo, e agora sai do papel. O espetáculo propõe uma releitura de sua poesia elíptica, traduzindo as palavras em formas, imagens e sons. São bichos e paisagens primárias, brutas, traçadas com incompletude, em formas amorfas, abertas ao silêncio como a obra do poeta inspirador. Durante a temporada no Teatro Goldoni realiza sua centésima apresentação. “É uma alegria comemorar as 100 apresentações de Achadouros durante a temporada que concebemos para celebrar os 100 anos de Manoel de Barros”, destaca Nara Faria.

    As atrizes e o diretor ressaltam que a “poesia manoelística” foi essencial para a criação de um espetáculo direcionado para a primeira infância, pois como nos lembra Manoel de Barros as crianças estão em “estado de poesia”. O próprio poeta declarava que “só teve infância” quando explanava sobre o olhar criativo e inventivo que sua poesia propõe. “Os bebês como os poetas estão em estado latente de maravilhamento e expansão do olhar, quando a linguagem e o corpo estão ainda brincando na sua formação” completa a atriz Caísa Tibúrcio.

    O espetáculo convida o público a se aventurar com as atrizes em seu “quintal imaginário”. Num pequeno cercado de madeira, envoltas em mais de 4 mil sacolas plásticas que compõem o cenário de Chico Sassi, as atrizes conduzem os espectadores a uma arqueologia das memórias da infância e apresentam a cada um a possibilidade de escrever sua própria história. Achadouros – Teatro para Bebês transforma aquilo que está jogado no quintal em matéria poética, buscando o inefável, a atmosfera e a natureza do poeta. Por meio de encenação poético-teatral e da exploração da linguagem não verbal, a peça propõe uma reflexão sobre a chegada do ser humano ao mundo e sobre sua capacidade transformadora e criativa.

    Na peça, as atrizes trabalham o conceito de “ressignificação” dos objetos cotidianos, transformando as inúmeras sacolas de plástico branco que compõem o cenário em galinhas, cachorros, peixes, caramujos e até borboletas. Estes podem ganhar vida como tais figuras ou assumir o papel de água do mar, do rio ou do lago. “Em nosso trabalho, a ressignificação das sacolas plásticas é uma reflexão sobre a necessidade de reavaliação de uma cultura pautada no consumismo descartável. Seu uso massivo no cenário remete ao exagero e à banalização na relação com os materiais industrializados”, afirmam Caísa Tibúrcio e Nara Faria.

    A palavra achadouros é título de uma poesia de Manoel de Barros em que ele esclarece que essa é a expressão dada a baús com ouro enterrados pelos holandeses no Brasil, e na qual ele se coloca como “…um caçador de achadouros de infância. Vou meio dementado e enxada às costas a cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos” (BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003). Assim a montagem remete às lembranças da infância, às memórias inventadas e vividas, aos “achadouros de infância”. Em cena, as descobertas acontecem dentro de um universo que é a própria metáfora da vida, com o nascimento, encontros e frustrações. Ao mesmo tempo, a dramaturgia traz à tona o mundo invisível e mágico, que extrapola a consciência cotidiana e ingressa no campo das sensações e emoções comuns à humanidade.

    Durante o processo de criação, os idealizadores estudaram e mergulharam no universo infantil em visitas a uma creche. O resultado desse aprendizado também foi essencial para a montagem. “A primeira infância é um lugar onde o jogo poético surge de brincadeira. Nela, encontramos fecundo material para o ‘fazer artístico’, pois, nessa fase, o espanto com as coisas ‘óbvias’ da vida é evidente”, afirma José Regino. O diretor traz, em sua bagagem, a experiência de outros projetos teatrais para crianças da primeira infância e bebês, como Panapanã e Alma de Peixe.

    Em Achadouros – Teatro para Bebês, a dramaturgia é evocativa e provocativa. Os elementos cênicos utilizados possibilitam uma recepção aberta, em que os signos evocam a diversidade das experiências cotidianas de bebês, crianças e adultos. As personagens/figuras permitem a comunicação com o público a partir dos gestos e de músicas originais executadas à capela, fazendo com que cada um compreenda a narrativa a partir de suas próprias referências e de sua criatividade. Enquanto isso, a encenação em várias camadas incita o espectador a elaborar uma fábula única, afastando-o da condição de um mero receptor de informações e auxiliando-o a se tornar um co-criador da obra.

    Ficha técnica:

    Elenco e Criação Musical: Caísa Tibúrcio e Nara Faria

    Direção e Figurino: José Regino

    Dramaturgia: Criação coletiva

    Cenografia: Chico Sassi

    Iluminação: Marcelo Augusto

    Produção Executiva: Pedro Caroca – V4 Cultural

    Assistência de produção: Zizi Antunes

    Designer gráfico: Jana Ferreira

    Fotografia: Diego Bresani

    Registro Videográfico: Fabiano Morari – Cachecol Filmes

    Assessoria de Comunicação: Conversa Coletivo de Comunicação Criativa

    Patrocínio: Banco de Brasília – BRB

    Fomento: Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Distrito Federal

    Serviço:

    O quê: Achadouros – Teatro para bebês

    Quando: De 28 de abril a 6 de maio de 2018 (sábados e domingos), às 11h e 16h

    Onde: Teatro Goldoni (EQS 208/209, Lote A, Ed. Casa d’Italia)

    Quanto: Gratuito. Ingressos distribuídos a partir do dia 20 de abril na Loja Infinita localizada na CLS 305, Bloco B, Loja 05 (limitados a 04 ingressos por pessoa)

    Duração: 30 minutos

    Capacidade: 75 lugares

    Classificação indicativa: Livre

    Informações: (61) 3206-9448 e (61) 3206-9449

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