Um grupo de 20 pessoas vestidas com cartolinas em arremedo à Constituição e a Carteira de Trabalho atacou, nesta terça-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) e derramou tinta vermelha em uma das entradas do prédio principal da Corte, por onde os ministros costumam entrar para as sessões plenárias, área conhecida como Salão Branco.
O ataque durou dez minutos, e foi encerrado quando os seguranças do STF tentaram impedir que a sede do tribunal fosse pintada com tinta vermelha. Os vândalos foram embora em duas vans aos gritos de “Lula Livre!”.
O grupo não foi identificado e ninguém foi detido. A Polícia Federal foi acionada para investigar o ocorrido.
Em nota, a Secretaria de Segurança do Supremo Tribunal Federal informou que já está adotando as providências para apurar os atos ocorridos contra o Edifício-Sede do Tribunal, em Brasília. “Imagens e informações dos envolvidos, bem como números de placas de veículos foram coletadas pela segurança do Tribunal e contribuirão para as investigações”, diz a nota.
Durante o ataque, que ocorreu por volta das 12h30, os vândalos entoaram uma paródia da música “Funeral de um Lavrador”, de Chico Buarque, com letra contra a reforma trabalhista e a política de preços da Petrobras.
Essa foi a segunda vez que o prédio principal do STF serviu de palco para ataques de vândalos contra a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira (20), um grupo fez ataque também ao Salão Branco.
Em abril, um dia depois de o STF negar um habeas corpus preventivo a Lula, o prédio em que a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, tem residência em Belo Horizonte também teve sua fachada pintada por tinta vermelha.
AMB
Por meio de nota, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), repudiou os atos de vandalismo na sede do STF.
De acordo com o presidente da entidade, desembargador Jayme de Oliveira, a AMB tem advertido, em diversas oportunidades, “para os riscos que a democracia brasileira tem corrido e reitera os seus posicionamentos para denunciar a intenção escusa dos ataques frequentes ao Poder Judiciário, na clara tentativa de constranger a Justiça”.
“Não se pode admitir, sob qualquer pretexto, atos de vandalismo como este que atinge a mais alta instância do Judiciário brasileiro. A AMB reafirma a defesa da do Estado Democrático de Direito e entende que atos dessa natureza não podem permanecer impunes”, acrescentou a nota.
(Com Agência Brasil/Foto: Antonio Cruz)