quarta-feira, 27 novembro, 2024
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    Especialistas em má gestão

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    Por onde as administrações petistas passam, a situação financeira é de terra arrasada. Em quatro estados já governados pelo PT, o quadro é de caos na gestão pública

    Tábata Viapiana – ISTOÉ

    Um olhar um pouco mais apurado sobre as gestões do PT nos Estados e Municípios onde a legenda chegou ao poder, desde a sua fundação, pode explicar por que o partido votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não foi só no governo federal que o PT pintou e bordou com os recursos públicos, jogando o País na mais profunda recessão das últimas décadas. Muito antes de chegar ao Palácio do Planalto, os petistas já vinham mostrando o descaso administrativo. Além da roubalheira colossal, o partido ainda conseguiu arrasar com as finanças de alguns dos estados mais importantes do País. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, respectivamente terceiro e quarto maiores PIBs do País, o descalabro das gestões petistas levou à decretação de estado de calamidade financeira. Isso significa uma situação anormal, em que a capacidade de ação do Estado fica comprometida por dificuldades financeiras. O Distrito Federal também enfrenta, graças à herança de um ex-governador do PT, a maior crise financeira de sua história. Já o Ceará, que ainda é gerido pelo PT, vive hoje o caos na área de segurança, com os maiores índices de violência do País.

    Prova de que o PT nunca teve apreço por gestões equilibradas é que os raros administradores do partido bem sucedidos, como as ex-prefeitas Luiza Erundina, em São Paulo, e Maria Luíza Fontenele, em Fortaleza, acabaram defenestradas pelo partido. O Rio Grande do Sul é um dos Estados importantes que afundaram em colapso financeiro sem precedentes após administrações do PT. O petista Tarso Genro, que governou de 2011 a 2014, agravou uma crise existente no estado havia anos. Eleito com a promessa de retomar o crescimento, ele seguiu pelo caminho inverso. Assumiu o Rio Grande do Sul com gasto anual de R$ 13,4 bilhões com os salários do funcionalismo, mas entregou a seu sucessor nada menos que R$ 21,6 bilhões em despesas com pessoal. Além disso, deixou uma dívida superior a R$ 54 bilhões. O gasto com previdência também é assustador. Em 2017, o déficit foi de R$ 10,5 bilhões.

    O mesmo aconteceu em Minas Gerais, que sofre com atraso nos salários do funcionalismo e com a precariedade dos serviços públicos. O déficit cresce a cada ano. A projeção para 2018 é de um rombo aproximado de R$ 8 bilhões. As despesas devem saltar de R$ 95 bilhões para R$ 101 bilhões. Para tentar solucionar o problema, o governador Fernando Pimentel (PT) estuda medidas opostas ao receituário petista, como leilões, concessões e abertura de capital de rodovias, escolas, prédios e empresas estaduais. Mas os gastos com pessoal continuam altíssimos. Um exemplo: a despesa líquida de pessoal ficou em R$ 27,2 bilhões no segundo quadrimestre de 2017. Maroto, Pimentel tem terceirizado as responsabilidades. Não reconhece o fracasso de seu governo e culpa as gestões anteriores e o governo federal por ter reduzido os repasses a Minas.

    Os petistas sempre demonstraram descaso pelas finanças. Isso explica por que o PT votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal

    Herança maldita

    Outra região de extrema importância e que sofreu sob comando petista é o Distrito Federal. O ex-governador Agnelo Queiroz (PT) gastou mais do que devia e entregou o DF a seu sucessor, Rodrigo Rollemberg (PSB), em janeiro de 2015, com uma dívida de R$ 3 bilhões e apenas R$ 69 mil em caixa em conta única. É a maior crise financeira da história do DF. Agnelo tomou decisões de forma inconsequente, sem consultar as Secretarias da Fazenda e do Planejamento, e que elevaram os gastos públicos. A principal delas foi um grande reajuste salarial, concedido em 2013, a 32 categorias do funcionalismo sem qualquer planejamento orçamentário. O gasto com pessoal saltou de R$ 19,2 bilhões em 2013 para R$ 24,9 bilhões em 2015.

    O maior exemplo da negligência e omissão das autoridades foi a queda de um viaduto no Eixão Sul, uma das áreas mais movimentadas de Brasília, em 6 de fevereiro. Desde 2009, foram feitos pelo menos sete alertas sobre a necessidade de reparos urgentes na estrutura precária do viaduto, construído nos anos 50. Todos ignorados pelas autoridades, inclusive por Agnelo Queiroz. Nada foi feito e o viaduto acabou desabando. Por sorte, não houve vítimas.

    A má administração do PT nos estados vai além da questão financeira. No Ceará, a crise é na segurança pública. Fortaleza vive uma onda de violência sem precedentes. A cidade já figurou entre as dez mais violentas do mundo e é, também, a capital com os maiores índices de criminalidade do País. O governador petista, Camilo Santana, tem tentado minimizar os efeitos da crise, afirmando que a violência no estado está “sob controle”. O sentimento entre a população, porém, é de muita insegurança. Há uma guerra entre facções criminosas no Estado, que explodiu em 2018. Em apenas dois dias, entre 27 e 29 de janeiro, 24 pessoas foram assassinadas em chacinas.

    Aliás, o mês de janeiro de 2018 foi o mais violento no Ceará desde 2013: foram 469 mortes – média de 15 por dia. A taxa de homicídios também é altíssima. São 46,75 mortes para cada 100 mil habitantes. A taxa nacional é de 28,9. Sob comando de Camilo Santana, a crise penitenciária também se agravou. A superlotação em 131 unidades é de assustadores 234,7%. “Os investimentos do governo não têm surtido os efeitos desejados e faltam medidas mais pungentes de segurança pública”, afirmou o presidente da OAB-CE, Marcelo Mota, que completou: “Os bandidos estão vencendo”. É a sina do PT.

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