Em meio às incertezas causadas pela crise de Covid-19, profissionais buscam aliar carreira e propósito. Foto: Son Salvador
Com a pandemia de Covid-19, muitos profissionais passaram por grandes momentos de transição, em razão dos desafios dessa nova realidade. Segundo pesquisa da Mindsight, startup focada em soluções para RH, para 85% das pessoas, a pandemia afetou os planos de carreira. Para 73%, a percepção é de avanço lento ou estagnação no trabalho.
A pesquisa também aponta que 57% dos profissionais estão desempregados e em busca de recolocação. De cada 100 colaboradores, 33 estão empregados, mas à procura de um novo trabalho.
As incertezas causadas pela crise econômica fez com que muitos profissionais desistissem dos novos planos de carreira, em razão dos desafios que essa mudança causaria. Em uma pesquisa global realizada pela Pearson, 76% dos brasileiros disseram que a crise do coronavírus os fez repensar suas trajetórias profissionais e cerca de 60% disseram temer ter que mudar de carreira por conta da pandemia.
Ao mesmo tempo que alguns profissionais optaram por permanecer em suas funções, outros começaram a ser atraídos pela ideia de participar de projetos significativos, que causem algum impacto positivo na comunidade ou no mundo, tendo em vista o cansaço mental, a infelicidade no trabalho durante a pandemia e a ausência de um propósito profissional.
“Neste período de crise, conseguimos identificar que a sólida e longa carreira em uma empresa já não é o principal atrativo. O que importa mesmo é fazer a diferença, de preferência, colocando em prática seus talentos e paixões”, destaca Graziele Neves (foto), CEO da The Lighthouse – consultoria especializada em desenvolvimento profissional e humano, focada em Planejamento de Carreira e Orientação de Propósito.
A satisfação no trabalho está diretamente ligada a um propósito e nesse momento entra a relação entre o que se almeja e o que de fato se vive na vida profissional. “Pessoas felizes na carreira são mais produtivas e exercem suas funções com maior eficácia”, complementa Ricardo Penna, cofundador da The Lighthouse.
Assim como muitos profissionais possuem receio da transição de carreira, Graziele e Ricardo Penna, ex-executivos de uma das maiores empresas de beleza do mundo, a Sephora, criaram um projeto que deu origem à empresa especializada em desenvolvimento profissional e humano. “Como muitas pessoas, nós passamos por esse momento de reflexão e transição, e no nosso caso, abrimos mão de uma carreira para empreender em plena pandemia”, comenta Neves. A empreendedora conta que tudo foi feito com muito planejamento, tanto por parte dela, quanto do sócio.
“Se a pessoa deseja crescer dentro do seu segmento, mudar seu posicionamento ou até mesmo fazer uma transição para uma área totalmente nova, precisará montar um plano estruturado para isso, com objetivos claros, um passo a passo e metas bem definidas”, explica Penna. A The LightHouse ajuda profissionais a se conectarem com seu propósito e a planejarem essas mudanças.