Reações desagradáveis como tremedeira, coração acelerado, respiração ofegante, choro e até desmaios, são sentidas pelas pessoas que têm medo ou pânico de irem ao consultório odontológico.
Estudos científicos indicam que a odontofobia (transtorno relacionado ao medo e ansiedade demasiada de ir ao dentista realizar tratamento dentário) atinge de 15% a 20% da população mundial. Essa é uma das principais razões pelas quais as pessoas não têm ido consultar o seu cirurgião-dentista.
Segundo pesquisadores, uma das coisas que mais dá medo é o barulho do “motorzinho”. Realmente o ruído dos equipamentos incomoda algumas pessoas de todas as faixas etárias. Isto ocorre porque, nos últimos 50 anos, a remoção de cáries, doença que afeta cerca de 2,4 bilhões de pessoas no mundo, tem sido realizada por meio de brocas rotativas que, sem o uso de anestésico, pode causar dor e estresse pelo ruído.
Também pode provocar medo o ambiente parecido com o hospitalar, anestesia e agulhas, que podem estar associadas com dor e sangue. Todavia, o cirurgião-dentista também trabalha para aliviar o medo, a fobia, o estresse e a dor do paciente. Assim, ele lida com essas situações, ajudando a controlar a ansiedade do paciente, procurando possibilitar um ambiente agradável e adequado para uma melhor comodidade e tranquilidade durante o tratamento.
A causa do medo pode ainda ter raízes no passado. Muitas vezes a pessoa torna-se odontofóbica porque vivenciou dor ou teve alguma experiência negativa com dentistas na infância. Da mesma forma que as experiências negativas atrapalham, as bem-sucedidas ajudam a eliminar ou, pelo menos, reduzir o medo.
Outra situação provocadora de medo é a sensação do desconhecimento do procedimento odontológico a ser adotado. Uma das formas para tentar se habituar gradativamente à situação, consiste em ir com um amigo ao dentista para acompanhar a consulta e o tratamento dele. Assim, o que antes causava terror passa a causar tédio, e as reações de ansiedade vão desaparecendo.
O temor de tratamento odontológico pode também ser passado de pai para filho. Isso é capaz de acontecer quando o pai ou a mãe conta uma experiência dolorosa para a criança. Outra atitude dos pais que possibilita gerar medo consiste em fazer ameaças, convertendo o próprio dentista, a anestesia ou a injeção em castigo, quando a criança faz alguma travessura, não quer escovar os dentes ou exagera no consumo de doces e refrigerantes, tal como: “você vai ficar com os dentes estragados e vai ter que ir no dentista arrancá-los”.
Esse medo afeta diretamente a saúde bucal das pessoas, porque até que essa situação seja superada, os problemas da boca tendem a se agravar. Em muitos casos, a falta de avaliações odontológicas periódicas geram problemas bucais que poderiam ser resolvidos com uma simples visita ao cirurgião-dentista.
Veja algumas dicas para combater o medo do tratamento odontológico:
- Converse com o seu dentista antes do procedimento sobre quaisquer medos ou preocupações que você possa ter.
- Respire profunda e calmamente antes de sentar-se na cadeira do dentista e enquanto estiver em tratamento. Ao se concentrar na respiração, você deixa de prestar tanta atenção aos movimentos do dentista e ainda oxigena melhor o cérebro.
- O desconhecido gera insegurança. Por isso, se achar melhor, peça para que o dentista explique os procedimentos antes de começá-los.
- Evite contato visual com os equipamentos utilizados pelo dentista e com as mãos do mesmo.
- Muitas clínicas possuem leitores de MP3, televisores e tablets que são oferecidos aos pacientes para ajudar a distraí-los.
- Não tenha medo da anestesia. Pense que é melhor o conforto posterior pela insensibilidade de dor na boca na hora do tratamento.
- Não transfira o próprio medo aos seus filhos. Evite associar o dentista a algo doloroso ou punitivo e mostre que a ida ao consultório faz parte da rotina e irá melhorar a saúde bucal da criança.
- Se for necessário, acompanhe o tratamento de parentes e amigos para se habituar gradativamente ao ambiente e à situação de um consultório odontológico.
- Recomenda-se visitar um dentista duas vezes por ano para manter a saúde bucal, porque não ir ao dentista regularmente pode causar cáries, abcessos, dentes quebrados, mau hálito e outros problemas orais. Algumas dessas condições podem prejudicar a sua vida social.
- Quanto mais vezes você visitar o dentista e ter experiências positivas, maiores são as chances de você manter a sua saúde bucal e superar a odontofobia.
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