Para os arquitetos Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto, cada ambiente nasce de uma intenção e transformá-lo em um projeto arquitetônico exige um planejamento que resultará em uma construção coerente e impactante | Projeto 3D da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura | Foto: Divulgação
Do conceito à materialização: arquitetos da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura explicam como funciona o processo de criação de um espaço, que nasce de uma referência ou ideia inicial e se toma corpo após a sua execução
Muito se fala sobre os resultados de um projeto de arquitetura, suas nuances, soluções inovadoras e a maneira como converte os espaços em extensões de seus moradores. Entretanto, antes de alcançar esse desfecho encantador de um ambiente bem projetado, há um longo caminho a ser percorrido. Mas por onde começar? Como de fato nasce um conceito arquitetônico e de que forma ele se desenvolve para garantir equilíbrio, funcionalidade e identidade?
“Elaborar um ambiente envolve um processo cuidadoso que visa compreender as necessidades do cliente. E para que nosso projeto alcance a expressão daquilo que era almejado, há de se definir um ponto de partida que possa ditar os processos sem perder o foco. Isso pode ocorrer por meio de um sonho ou desejo antigo, uma demanda ou mesmo algum bem material”, explica os arquitetos à frente da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura, Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto.
Definindo o conceito inicial

O conceito de um ambiente surge a partir de um estudo detalhado das solicitações do cliente e das características do espaço. “Analisamos fatores como contexto arquitetônico, iluminação natural, materiais e a relação do ambiente com seu entorno”, diz Mariana Meneghisso.
Essa produção também leva em conta as expectativas emocionais do morador: em uma morada, cada cômodo promove sensações específicas como acolhimento, relaxamento e tranquilidade, entre outras. Para isso, ela e Alexandre utilizam referências visuais e conceituais, inspirando-se, muitas vezes, em elementos da natureza, estilos arquitetônicos e até mesmo em histórias e memórias afetivas dos indivíduos.
Quando um elemento se torna o ponto de partida
Em algumas situações, um elemento específico como um tapete, um móvel herdado ou uma textura se torna a âncora conceitual do projeto. “Se um tapete apresenta cores marcantes e um padrão imponente, ele pode definir a paleta cromática e a linguagem visual do ambiente”, exemplifica a profissional.

Outros projetos podem considerar como foco a valorização de uma paisagem, como o caso de um apartamento à beira mar. “Nesse caso, nosso empenho pode estar na redistribuição da planta baixa para que a paisagem seja o grande destaque. O mesmo se aplica em um imóvel na serra”, exemplifica Alexandre. De acordo com ele, o objetivo é estabelecer um diálogo entre os ambientes internos e externos, proporcionando uma continuidade visual harmoniosa.

Já a valorização de um elemento arquitetônico como ponto de partida transforma a percepção do espaço e agrega uma narrativa única ao projeto. Um material diferenciado, um detalhe estrutural marcante ou um elemento herdado da construção original podem se figurar como protagonistas que ajudam a determinar as demais escolhas. Arquitetonicamente, um teto com vigas aparentes pode direcionar um estilo de interiores mais rústico ou industrial, enquanto um piso de mármore remete ao clássico e sofisticado.

Para a dupla de arquitetos, adotar um elemento-chave como perspectiva é valioso pois:
Entrega um direcionamento claro, evita indecisões e facilita escolhas assertivas: com um referencial bem definido, ambos afirmam que essa segurança garante um resultado assertivo e coerente;
Garante uma identidade forte e coesão visual;
Possibilita maior fluidez na composição e a continuidade entre os elementos para que o ambiente seja percebido de forma mais orgânica e integrada.
Mas por outro lado, há desafios a serem superados:
Risco de limitação: no entendimento dos profissionais, um elemento muito específico pode restringir opções e dificultar a integração com o restante do espaço. “Nosso papel é encontrar um equilíbrio entre valorizar o item e, ao mesmo tempo, assegurar a flexibilidade para promovermos outras outras escolhas”, argumentam Alexandre e Mariana.
Adaptação funcional: eles também afirmam que algumas peças podem exigir ajustes na disposição, além de proporções para equilibrar o conjunto. Assim, é preciso analisar as medidas, além de questões ergonômicas e funcionais para que não interfiram no conforto e usabilidade.
Evitar a predominância excessiva: é preciso diluir, sutilmente, sua influência ao longo do ambiente. “A inclusão de novos elementos acontece de forma orgânica, respeitando a ideia central. Assim, trabalhamos com camadas: primeiro a base, com cores, texturas e materiais, e depois os complementos, como mobiliário e iluminação”, explicam.
Por fim, ambos destacam a importância da documentação detalhada. “Moodboards, croquis e diretrizes bem definidos são essenciais e precisam ser documentados. Essas análises nos acompanham do começo ao fim do projeto e, qualquer alteração que fuja do estabelecido, será percebida com antecedência”, concluem Alexandre e Mariana.
Sobre a Meneghisso & Pasquotto Arquitetura
Com referências importantes na viabilidade executiva do projeto, somado a formação afinada em forma e estética, a dupla de arquitetos se completa na criação e concepção dos trabalhos. O escritório atua em projetos residenciais, comerciais e corporativos. Tendo como premissa produzir soluções, através de projetos autorais funcionais, atemporais, nos diversos vieses estéticos e de estilo, que traduzam boa arquitetura e a personalidade do cliente.
Mariana Meneghisso
Arquiteta Urbanista pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Design de Interiores pela Escola Panamericana de Artes. Pós Graduada em Responsabilidade Civil pela Fecaf, Pós Graduada em Neuroarquitetura pela Ipog, Especialista em Perceptual Design pelo Instituto Politécnico de Milão. Membro da Academy of Neuroscience for Architecture Brasil. Sócia titular da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura desde 2005.
Alexandre Pasquotto
Arquiteto Urbanista pela Universidade Bandeirantes de São Paulo, Técnico em Edificações pela E.T.E. Júlio de Mesquita, Pós Graduando em Cálculo Estrutural pela Ipog, atua na construção civil residencial, industrial e corporativa desde 1992, consultor em dimensionamento, viabilidade e custos no ramo civil. Sócio titular desde 2004 da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura.
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