As músicas do Rei Roberto Carlos são tão clássicas, levam tamanha parte tanto do consciente quanto do inconsciente dos brasileiros, que todos têm certeza que as conhecem de cabo a rabo. O DVD “RC na Veia” mostra justamente que o alcance dessas canções eternas é ainda maior.
A tacada de mestre de Dudu Braga, filho de Roberto e baterista da banda, veio nos arranjos do repertório e na relação de convidados para a apresentação e gravação, na Casa Natura, em São Paulo.
“Como as músicas do Roberto estão muito no inconsciente de todos, o objetivo foi fazer releituras não influenciadas pelo próprio Roberto. Os músicos da banda teriam o desafio de fazer os arranjos como se estivessem ouvindo as canções pela primeira vez. Assim como a escolha dos convidados”, diz Dudu Braga.
Para exemplificar com uma canção mais recente, o RC na Veia chamou Digão, dos Raimundos, para tocar guitarra e ajudar no vocal da romântica “Esse Cara Sou Eu”. O hit foi desnudado, mantidas melodia e harmonia e vestido como um punk rock à Raimundos em repaginação que respeita tanto a versão original quanto mostra os quilômetros extras que cada uma das obras de Roberto pode ainda percorrer, com fôlego zerado.
A ideia do RC na Veia nasceu organicamente. Dudu é baterista com extensa carreira em grupos de classic rock e também produtor musical. Na estrada, conheceu o vocalista Alex Capela, que agregou o guitarrista e arranjador Fernando Miyata, um gênio da guitarra. A conta fechou com o baixista Juninho Chrispim. “O Miyata é irritante de tão bom, o Juninho vem nessa linha também e o Capela já conhecia de trabalharmos juntos”.
Nas palestras que costumava proferir, Dudu enxertou como encerramento uma apresentação breve do grupo das músicas de Roberto. Até que a apresentação naturalmente ganhou vida própria e segue agora em turnê.
É uma experiência Roberto Carlos para três gerações.
Com o vocalista Toni Garrido, famoso no reggae/pop Cidade Negra, inseriram o verde e o vermelho jamaicanos em “As Curvas da Estrada de Santos”. Com o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, aumentaram o volume e distorção em “Além do Horizonte” e “Não Vou Ficar”. A primeira é o single do trabalho, aliás.
Rogério Flausino e sua bagagem black/soul/funk do Jota Quest reforçam a mesma pegada que Roberto teve no final dos anos 60 em “Não Vou Ficar”.
Até aqui falamos apenas das versões mais evidentes do trabalho, que abre com “Quando” e “Sou Terrível”, executadas como se tivessem sido compostas ontem à noite.
A guitarra surfística de Dick Dale em “Misirlou” encaixa como abertura de “É Proibido Fumar”, e soul, funk e suingue entram na panela em “Lobo Mau” e “Ciúme de Você”.
“Splish, Splash” é rock’n’roll de raiz, direta, “Ilegal, Imoral ou Engorda” privilegiam mais uma vez o soul roqueiro. Há um respiro na balada “As Flores do Jardim da Nossa Casa”.
Tem a vez de o público dominar os vocais em “Você Não Serve Para Mim” e um blues roqueiro com “Parei na Contramão”. Até o gran finale, que não poderia faltar, quando o Rei em pessoa sobe ao palco em genuína humildade e diversão explícita para cantar uma versão à la Santana de “Se Você Pensa”.
Ainda tem mais. O gran gran finale acontece em “É Preciso Saber Viver”, quando todos os convidados se unem em séquito ao Rei Roberto e o clima da apresentação mesmo pela tela é de tamanha comoção geral que parece ser possível cortar o ar com uma faca.
GARGALHANDO NAS FÉRIAS COM O CIRCO GROCK
Após uma longa jornada pelo país, o Circo Grock aterrissa mais uma vez em Brasília para uma longa temporada no CCBB. Em cartaz com o projeto “Gargalhando nas Férias com o Circo Grock”, o projeto vai de 07 de julho a 02 de setembro.
O evento ocupará a área externa do CCBB com apresentações do espetáculo “Gargalhadas Tradicionais”. A tradição e a poesia circense se aliam à teatralidade moderna em um doce espetáculo com palhaços, malabaristas, monociclo, magia e um apresentador que é um show à parte. Espaguete (Nil Moura) e Ferrugem (Gena Leão) são os mestres de cerimônia que conduzem as atrações com desenvoltura e interação fluida com a plateia. No picadeiro uma fusão de comicidade, equilíbrio, magia e malabarismo reafirmam o poder que o Circo tem de unir um público de todas as idades em gargalhadas uníssonas.
A trupe conta com oito integrantes repletos de talento e desenvoltura no picadeiro. Nil Moura destaca a presença Mágico Mr. Jack, premiado com o primeiro lugar no Festival de Mágicos do Nordeste (Fenoma – Ceará). O projeto “Gargalhando nas Férias com o Circo Grock” presenteia as férias da criançada em Brasília com muitas risadas de julho a setembro. No Dia dos Pais (12 de agosto) acontecem duas sessões gratuitas.
Programação de julho:
Quintas a domingo – 15h, 17h e 19h.
MONSTROS NO CINEMA
A mostra MONSTROS NO CINEMA faz um apanhado dos filmes de monstros que tanto aterrorizam ou encantam o público no mundo inteiro. A retrospectiva reúne os principais títulos já produzidos, entre vários estilos, períodos e nacionalidades, incluindo filmes realizados no Brasil.
MONSTROS NO CINEMA será uma viagem pelo tempo para mostrar como a indústria cinematográfica criou e ainda hoje consegue manter um subgênero tão rentável. Desde o começo, na Alemanha, com GOLEM, passando pelos monstros clássicos dos estúdios Universal (DRÁCULA, FRANKENSTEIN, A MÚMIA, O LOBISOMEM), chegando no período da Guerra Fria e da ameaça nuclear de GODZILLA, incluindo os seres de outros planetas (ALIEN, O 8º PASSAGEIRO) e aqueles frutos dos nossos pesadelos (A HORA DO PESADELO) ou de experiências malsucedidas (A MOSCA). O Brasil estará representado com A MEIA NOITE LEVAREI SUA ALMA, do mestre José Mojica Marins, e MAR NEGRO, de Rodrigo Aragão, que revolucionou o gênero do horror brasileiro com suas produções. As crianças, quase sempre vítimas dessas criaturas soturnas, poderão ir sem medo conferir MONSTROS S.A. e A FESTA DO MONSTRO MALUCO. E a força desse subgênero se faz presente quando a própria indústria cinematografia a reverencia em obras como DEUSES & MONSTROS, O JOVEM FRANKENSTEIN e o recente sucesso A FORMA DA ÁGUA.
Serão 39 filmes, divididos em 60 sessões. Sendo que três delas (GREMILINS, A FORMA DA ÁGUA e DRÁCULA DE BRAM STOCKER) terão uma sessão com recursos de acessibilidade. A programação conta ainda com debates com o curador, com a mestre em comunicação Rita Ribeiro, com o diretor e crítico Tiago Belotti, com a mestre em cinema e audiovisual Julia Maass e com o jornalista e cineasta Sergio Moriconi, uma masterclass com a pesquisadora Rita Ribeiro, com senhas distribuídas uma hora antes do evento, e uma oficina de maquiagem com Thiago Sabino, do Estúdio Carbono, que deverá receber inscrições através do e-mail monstrosnocinema@gmail.com.
Além disso, a mostra terá duas sessões BB Azul de Cinema no dia 22 de julho (domingo) às 10h30 e às 14h30, com o filme de animação “Monstros S.A.”. BB Azul de Cinema é uma sessão especial (não exclusiva) para famílias com pessoas com Autismo. Nela, o som é mais baixo, as luzes ficam ligadas a “meia luz” e as crianças têm liberdade para sair e entrar na sala no meio do filme, sob supervisão dos pais ou responsáveis. Como a sala não pode ficar lotada, serão distribuídas até 50 senhas, a partir de uma hora antes da sessão.
Nos dias 28 e 29 de julho a mostra trará também uma oficina de caracterização e maquiagem com o professor Thiago Sabino que é artista visual, fotógrafo e professor universitário de maquiagem e efeitos especiais, fotografia e encenação em cursos de Cinema, Teatro, Jornalismo e Fotografia no IESB e no UniCEUB, em Brasília.