terça-feira, 26 novembro, 2024
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    Faltam cuidadores de idosos em Brasília

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    Para os idosos, pacientes acamados os em pós-operatório, ou outro perfil, considerado grupo de risco pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sair de casa e ir até uma unidade de saúde para trocar um curativo ou receber medicação, por exemplo, é uma ação de alto risco, uma vez que tanto a rede privada quanto a rede pública de saúde estão sobrecarregadas com pacientes suspeitos, ou infectados pelo novo Coronavirus (COVID-19).

    Uma pesquisa realizada recentemente pela Fiocruz, com dados do IBGE (ConVid Pesquisa de Comportamentos), mostrou que no mês de agosto, quase 60% dos cuidadores de idosos permaneceram atuando com o público de risco.

    No entanto, a pandemia, que se estende para o seu sexto mês, em Brasília-DF, alterou a dinâmica de alguns processos na qualificação desses cuidadores. A necessidade de manter o isolamento social, exigiu que algumas etapas das preparações desses futuros profissionais tivessem o formato virtual, o que inviabiliza o aprendizado das práticas de cuidado, como realizar adequadamente a troca de fralda, higiene pessoal dos idosos, administrar medicamento via oral, entre outras atribuições desse profissional.

    Segundo Eduardo Líneker, Diretor da Padrão Enfermagem, Brasília tem carecido desses profissionais. Lineker lembra que os cursos eram ministrados antes da pandemia com uma parte teórica de 56 horas, uma parte prática em laboratório de 24 horas e estágio supervisionado em casa de idosos contendo 80 horas, totalizando 160 horas de curso.

    “Durante a pandemia, os estágios nas casas de idosos e as aulas práticas foram suspensos, prejudicando a formação desses profissionais, que no momento aqui, na Padrão Enfermagem, fazem apenas a parte teórica e aguardam mudanças no cenário da pandemia para realizarem a parte prática e concluírem o curso”, explica.

    Contudo, Lineker faz um alerta sobre um tipo de preparação que tem sido praticada em Brasilia e a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. “Como não é uma profissão ainda regulamentada, existem muitos cursos de cuidadores que estão oferecendo apenas a parte teórica e já certificam esses profissionais sem nenhuma carga horária prática ou de estágio. Porém, como uma agência de seleção desses profissionais, percebemos que o estágio e a prática em laboratório fazem muita diferença na formação dos cuidadores e o que vemos hoje são muitos profissionais com certificado, porém poucos realmente qualificados para exercer a profissão”, esclarece.

    A empregada doméstica, Aurilene Rocha, está desempregada desde março e começou a fazer o curso de cuidador no mês de agosto. Segundo ela, por ter um perfil de auxiliar as pessoas, se identificou e procurou se qualificar para essa oportunidade. Para Aurilene, o formato digital prejudica o aprendizado.  “Nesse momento onde não tem como realizar aula presencial, ficamos prejudicados na formação”, disse.

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