Na solenidade comemorativa ao Dia do Extensionista Rural, Emater recebe automóveis e novos equipamentos para o trabalho no campo
Na solenidade comemorativa ao Dia do Extensionista (6 dezembro), realizada no dia 09/12, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) recebeu 25 novos veículos para o trabalho no campo. São 22 carros, uma van de uso coletivo e dois escritórios móveis, que farão com que a empresa esteja cada vez mais próxima dos agricultores.
Os veículos foram adquiridos com verbas de emendas parlamentares, do executivo local e de convênio com o governo federal. Além dos automóveis, a Emater terá, em breve, netbooks, tablets e softwares para a gestão por resultados.
No Distrito Federal, são cerca de 200 extensionistas responsáveis por atender e orientar os agricultores no seu dia a dia. O trabalho desses profissionais foi destacado pelo governador Rodrigo Rollemberg como fundamental para o desenvolvimento do meio rural. “O meio rural tem capacidade de viver sem a cidade, mas a cidade não tem de viver sem o meio rural. E o meio rural no DF tem o papel estratégico no sentido de garantir qualidade de vida para as futuras gerações, de impedir o processo de urbanização desorganizada, de garantir água em quantidade e qualidade suficiente”, falou.
Convênios – Na ocasião, foram assinados dois convênios com o governo federal. O primeiro, com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no valor de R$ 800 mil, para que a Emater-DF amplie a assistência técnica aos médios produtores. O outro, com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, para a aquisição de outros 25 veículos e 25 netbooks.
“Estamos colocando nas mãos dos extensionistas ferramentas de trabalho que eles precisam para continuar fazendo com que a capital se inove do ponto de vista tecnológico e dos sistemas de produção agropecuária”, disse o presidente da Emater-DF, Argileu Martins da Silva. Segundo ele, já estão disponíveis R$ 200 mil de emenda parlamentar federal para capacitar os técnicos da empresa.
Já o secretário de Mobilidade Social, do Produtor Rural e Cooperativismo, do Ministério da Agricultura (Mapa), José Dória, disse que esse é o 15º convênio assinado pelo Mapa, neste ano, na área de assistência técnica e extensão rural. “Cresci vendo o Extensionista na minha casa e penso o que seria da agricultura se não fosse o trabalho feito pela Emater ao longo dos anos. Estamos sempre abertos para dar total apoio”, disse.
O Secretário de Agricultura, José Guilherme Leal, agradeceu aos extensionistas pela dedicação de cada dia e enfatizou que “a Emater potencializa e ajuda e a levar todas as políticas públicas, não só da agricultura, ao meio rural. Também há interação da Emater com as secretarias de Saúde, Educação e Meio Ambiente, por exemplo, em diversas ações para o meio rural”.
O Secretário substituto da Secretaria de Agricultura Familiar, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, Everton Ferreira, acredita que “a agricultura familiar é produtiva e tem muito a contribuir com o desenvolvimento do País. É impossível falar de políticas de desenvolvimento sem falar da extensão rural. Acreditamos no serviço público de assistência técnica e extensão rural e estamos trabalhando para que este serviço se fortaleça cada vez mais”.
Representando os empregados, o presidente da Associação de Servidores da Emater (Asser), Antônio Dantas, destacou que é importante sempre lembrar que o trabalho da Emater traz resultados positivos para a cidade. “Nosso trabalho não resulta só na qualidade de vida das famílias rurais, mas também nas da cidade. Tenho certeza que aqui no DF consumimos alimentos com menos agrotóxicos e mais saudáveis graças ao trabalho dos técnicos da empresa”, falou.
A cerimônia contou ainda com a apresentação da agricultora Manu Camile Gomes, do assentamento Pequeno William, com a música Emater minha flor.
O evento teve a participação ainda de parlamentares, que foram homenageados pela Emater, de trabalhadores da empresa, representantes do governo distrital e federal, além de representantes da FAO e de instituições de Ater de outros estados.
Alimentos saudáveis para crianças especiais
Programa de Agricultura Urbana da Emater-DF contribui com hortas escolares
O Programa de Agricultura Urbana da Emater-DF, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), produz muito mais do que coentros, couve, alfaces, abóboras e outros alimentos. Produz mudanças de comportamento e paz para os que se beneficiam dele. Em uma das muitas instituições que o programa atende, o Centro de Ensino Especial 2, Maria Madalena dos Santos, mãe de Artur Gabriel, 7, conta o que encontrou por lá. “Aqui encontrei paz. Isso, para gente que tem uma criança especial, é tudo. A gente, quando sai daqui se sente leve, porque não está aqui por bem material. A gente está aqui pela paz que nos traz”, avaliou Madalena que ajuda na horta, há três meses, enquanto o filho estuda.
Moradora na Estrutural, região administrativa do Distrito Federal, ela é uma das mães de crianças especiais, atendidas na rede pública de ensino. No final de semana, cada colaboradora da horta do Centro leva para casa uma cesta com os alimentos colhidos. Além de servirem às crianças, que tiveram os alimentos saudáveis adicionados à merenda escolar, o excedente plantado está sendo vendido à comunidade da Asa Sul, que já descobriu a qualidade de tudo que se planta na instituição. E o dinheiro é dividido entre as mães participantes. A compra dos alimentos pode ser feitas às segundas, quartas e sextas-feiras, pela manhã, durante o horário de funcionamento deste turno.
“Percebemos que essa horta se tornou terapêutica para todos os que participam dela. Nós professores, as mães e as crianças”, conta o professor e coordenador do projeto no Centro, Antônio Francisco. Nas veias do professor corre uma paixão pela agricultura. “Sou filho de agricultores e consegui unir o ensino a essa atividade. Temos 40 mil m2 e atendemos aqui cerca de 500 crianças e adolescentes especiais. Além de aprenderem a plantar os alimentos eles também ouvem música, porque acho muito interessante essa atividade com música erudita ou religiosa. Percebo como eles gostam e com isso se acalmam”, relata.
Madalena conta com a ajuda de outra mãe, Maria da Cruz, que traz o pequeno Miguel, deficiente visual, lá de Taguatinga, todos os dias. No projeto há dois meses, Maria faz aulas de Braille para interagir melhor com o filho. “Depois das aulas de braile eu ficava sem nada o que fazer. Agora a gente fica mexendo com plantas, coisa que gosto muito”, relata. E ela e Madalena recebem Silena Paula, que já é cliente fidelizada dos produtos da horta. “Tudo aqui é bom e a gente sabe como é plantado”, assegura.
O Programa de Agricultura Urbana da Emater-DF existe há sete anos. Com o objetivo de promover hortas escolares, comunitárias e medicinais, ganhou a parceria do MDS, que destinou recurso da ordem de R$ 800 mil, para o período 2012/novembro 2016.
“Temos uma média de 80 instituições atendidas por ano. Incluídos aí as escolas, os centros POP, os CRAS, os Cose, Postos de Saúde, creches públicas, Unidades de Internação de Menores e as hortas comunitárias. “Beneficiamos cerca de 40 mil pessoas/ano. A ideia é darmos continuidade para contribuirmos com a meta de segurança alimentar para a população, que é uma das missões da Emater”, afirmou o coordenador do Programa, o agrônomo e Extensionista da Empresa, Rogério Lúcio Viana Júnior. Segundo ele, o Agricultura Urbana beneficiará cerca de 200 mil pessoas, no Distrito Federal. “O fundamental da horta do Centro de Ensino Especial 2 é levar àquela comunidade as bases de uma alimentação saudável, de um ambiente sustentável e despertar o potencial de mudança que tem em cada um deles”, observa o extensionista.
Um bom reforço acaba de aderir ao projeto do Centro de Ensino Especial 2. A médica pediatra Clara Brandão, que auxiliará na parte nutricional para melhorar, ainda mais a qualidade alimentar dos alunos. “Temos certeza que a chegada da pediatra dará um ganho ainda maior ao projeto”, afirma Baby,que pela Emater-DF, também trabalha no Agricultura Urbana. “A Dra. Clara vai nos ajudar, principalmente, na área de agroflorestal. O Centro tem uma área de plantio total de 40 mil m2, na qual estão incluídas a horta e a parte de agroflorestal. Nela vamos implantar a horta perene, de plantas não convencionais, chamada de Panc”, finaliza Baby.