O terrorista italiano Cesare Battisti virou réu por falsidade ideológica. Ele teve que entregar o passaporte às autoridades e deverá, com a esposa, obedecer a medidas cautelares. Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por terrorismo, está exilado no Brasil, por graça do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba (PR). Battisti ainda responde a um processo na Justiça Federal sobre evasão de divisas.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acusa Battisti de ter inserido em documento público uma declaração falsa, com o objetivo de alterar documentos judiciais. A denúncia se refere a informações declaradas em cartório na ocasião do casamento dele com uma brasileira, em junho de 2015, em Cananéia, no litoral paulista.
Segundo o MPSP, o italiano mentiu à Justiça brasileira ao informar que morava em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, enquanto residia em Cananéia. Para a Promotoria, a esposa dele também mentiu, pois disse que morava em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. O casal têm até sexta-feira (20) para apresentar a defesa e a justificativa que explique o motivo de informar endereços distintos ao cartório da cidade.
O juiz do caso, Sérgio Castresi de Souza Castro, da Comarca de Cananéia, lembra que Battisti também é processado perante a Justiça Federal por evasão de divisas. Em outubro de 2017, ele foi preso em flagrante tentando sair do Brasil com seis mil dólares e mil e trezentos euros, sem a declaração obrigatória, e acabou detido por policiais na fronteira com a Bolívia.
“Ademais, trata-se de pessoa condenada pela Justiça italiana por crimes graves, envolvida em notório processo de extradição no Brasil. Logo, há evidente risco de fuga”, acrescentou o juiz.
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)