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A cozinha mágica de Rica

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O ano era 2016, e Rica precisava encontrar uma forma de gerar renda para a família. Fez brigadeiros de limão siciliano. Os dividiu em embalagens com seis doces em cada e foi para a frente do edifício sede do Banco do Brasil. Rica pensou que não haveria erro. “O prédio fica em um local um tanto isolado, sem muitas opções por perto. Achei que na hora do almoço as pessoas fossem querer um docinho e venderia tudo”. Mas depois de uma hora oferecendo brigadeiros, a chef quis voltar para casa e chorar. “Não consegui vender nenhum”, conta.

A primeira decepção não desanimou Rica Todeschini, hoje chef da Quitanderia Dulce Rica, que oferece uma variedade de produtos e sabores, todos produzidos com ingredientes frescos e sem conservantes. O carro chefe é o delicioso tomate confit, cuja receita é exclusiva e combina maravilhosamente bem com o pão de alecrim, também da Quitanderia, feito com farinha italiana.

Além de pães e antepastos, Rica é especialista em massas como nhoque vegano, tortele de abóbora com molho de nata – uma receita de família –, ravióli de mussarela de búfula e molho de sálvia com pimenta (este eu provei e fico salivando só de lembrar), e canelone invertido, entre outras opções. Tudo vendido congelado e sob encomenda. Só o molho de sálvia não pode ser congelado, porque leva manteiga. Mas outra opção pode ser o ragu de salame, de dar água na boca.

A transição dos brigadeiros para as receitas italianas aconteceu alguns meses depois do início da peregrinação da chef pelas portas das repartições para vender seus doces. Ela viu uma receita de bolo de maçã da cunhada que mora em Vêneto, na Itália, e resolveu fazer para experimentar. Depois dele, veio o bolo de limão siciliano sem lactose, a torta de limão siciliano com massa podre à base de castanhas, passando pelo antepasto de berinjela até chegar ao tomate confit que alavancou os negócios.

Ainda sem loja física, os produtos podem ser encomendados por telefone ou Instagram (@quitanderiadulcerica), onde é possível encontrar as diversas criações deliciosas de Rica, que oferece também a opção de escolher entre farinha italiana ou brasileira. “A farinha de trigo brasileira é muito impura. A italiana dá outra qualidade às massas, mas é mais cara. Então eu sempre pergunto para o cliente qual farinha prefere, porque interfere um pouco no custo”, explica Rica, para quem a cozinha é mágica e tudo deve ser feito com amor e cuidado.

O cuidado com o meio ambiente também é uma preocupação. Os clientes que devolvem os potes de vidro recebem R$ 2,00 de desconto na próxima compra. Todos os potes reciclados são sinalizados.

Diversidade de sabores

A ideia do nome Quitanderia faz referência às quitandas de antigamente, onde se comprava de tudo e os produtos estavam sempre frescos. A proposta de Rica, quando montar sua loja física, é que seja um espaço assim, onde as pessoas possam encontrar uma grande gama de sabores, de bolos até pestos.

Outro objetivo da chef é reforçar uma cultura de massas frescas no paladar brasiliense. Para isso, ela está sempre em movimento, lançando novos produtos, sempre com receitas exclusivas.

Um exemplo é a pizza margueritta da Quitanderia, muito diferente de qualquer outra na cidade. A receita é baseada na tradicional feita na Itália, terra natal da família de seu marido. Além da mussarela, ela leva queijo provolone e não tem molho de tomate, mas sim, molho de alho. “Esta tem que ser consumida na hora, mas é preciso fazer a encomenda com 24 horas de antecedência, porque a massa precisa ser fresca”.

Laço amarelo

A embalagem com um delicado laço amarelo é a marca registrada da Quitanderia. Para quem quer surpreender com um presente diferente e cheio de sabor, a dica é o kit que leva um pote de tomate confit e o pão de alecrim (ou outro à escolha). “Quem receber uma embalagem com a fita amarela já pode ter certeza que tem coisa gostosa ali dentro”.

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