A pedofilia é uma doença classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os transtornos da preferência sexual. Os pedófilos são homens ou mulheres que têm preferência sexual por meninas ou meninos, do mesmo sexo ou de sexo diferente, geralmente que ainda não atingiram a puberdade.
Por isso a pedofilia propriamente dita não é considerada crime. O crime pode vir a existir em razão da conduta do pedófilo ao praticar qualquer ato libidinoso com criança ou adolescente, ensejando, desse modo, inúmeros crimes previstos tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), quanto no Código Penal (CP).
Portanto, pode acontecer que uma pessoa seja pedófila mas que jamais exteriorizou sua preferência sexual, conservando o referido problema para si. Do mesmo modo, pode acontecer de uma pessoa que não é pedófila no sentido clínico tenha praticado um ou mais crimes sexuais contra crianças ou adolescentes.
Entre as formas de satisfazer o seu desejo sexual, o pedófilo pode utilizar-se da internet. Estima-se que mais de 1 milhão de imagens de pornografia infantil circulem via web, dando a impressão que ficou mais fácil e menos arriscado cometer esses crimes online, fazendo com isso que os pedófilos deixassem de ser criminosos isolados e passassem a interagir e a compartilhar imagens e informações com pessoas que têm o mesmo interesse. Em casos tais, o artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente considera crime o ato de “adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.”
Por isso, os pais devem tomar alguns cuidados com seus filhos para que eles naveguem com segurança pela internet, pois o pedófilo pode ser alguém da própria família, homem ou mulher, novo ou velho e de diferentes classes sociais.
Vejamos algumas dicas para evitar pedofilia pela internet:
. Em primeiro lugar, aprenda mais sobre a Internet se você se sente pouco familiarizado. Peça para seu filho ensiná-lo a navegar. Navegue, veja como a rede funciona e o que ela proporciona às pessoas.
. Dedique tempo para navegar com seu filho. Divirta-se com ele pela rede, conheça os sites preferidos, os programas que ele usa e as atividades que faz enquanto está online. Quem sabe você mesmo conseguirá, com o tempo, propor sites e atividades interessantes para a criança na rede.
. Ensine seus filhos a usarem de forma responsável os recursos online. Afinal, há muito mais na rede do que salas de chat. Caso encontre algum material ofensivo, aproveite a oportunidade para explicar à criança os motivos de o material ser inapropriado e como ela deve proceder.
. Fale às crianças sobre a pedofilia, explique que há homens e mulheres mal-intencionados na Internet. Aproveite para passar a velha idéia do “não fale com estranhos”, que pode ser muito bem aplicada à comunicação virtual: ensine a criança a não fornecer informações pessoais como nome, endereço e escola em que estuda em conversas pela Internet, a não enviar fotos para pessoas que conheceu pela Internet e a não receber dessas pessoas nenhum tipo de arquivo.
. Conheça os amigos que a criança faz no mundo virtual. Assim como podem surgir boas e duradouras amizades, também podem aparecer pessoas com más intenções. Explique a ela que as coisas vistas e lidas na Internet podem ser verdade, mas também podem não ser.
. Não permita que seus filhos marquem encontros com desconhecidos com quem travaram contato pela Internet sem o seu conhecimento. Se você permitir que o encontro seja marcado, que seja em um local público. E, claro, acompanhe seu filho.
. Evite colocar o computador no quarto dos seus filhos. Dê preferência à sala ou a algum outro cômodo da casa que proporcione a navegação à vista da família e a livre circulação no ambiente. Isso dificulta o acesso do pedófilo à criança.
. Converse e estabeleça regras e limites para o uso da Internet, adequadas à idade da criança. Fixe um horário ou tempo limite de acesso, converse sobre os sites e serviços que ela pode ou não pode usar e explique o motivo. Monitore o uso de salas de bate-papo e de comunicadores instantâneos.
. Use os recursos que seu provedor de acesso puser ao seu dispor para bloquear o acesso a todo e qualquer site ou conteúdo que considere inapropriado para o seu filho. Você também pode utilizar programas de filtragem de conteúdo que estão disponíveis na Internet.
. A comunicação é fundamental. Mais do que qualquer programa ou filtro, a conversa sincera entre pais e filhos ainda é a melhor arma para enfrentar os perigos da pedofilia – e muitos outros.