Para discutir a cultura da baunilha, analisar os desafios e perspectivas, a Emater-DF reuniu representantes da Embrapa, da Sudeco, da Emater-MG, da empresa Campo e produtores rurais. Durante o encontro, foram abordadas questões sobre a dificuldade de adquirir mudas, os cuidados de manejo necessários para evolução do cultivo e o incentivo para impulsionar a produção de baunilha e garantir sua sustentabilidade.
Na sede da Emater-DF, o grupo se reuniu com o presidente da empresa, Cleison Duval, com a diretora-executiva, Loiselene Trindade, e com o extensionista Carlos Morais, que vem liderando essa frente de trabalho sobre baunilhas na empresa.
“A extensão tem se preparado para isso, para os novos desafios que a gente tem todos os dias. Nós temos que entender o que tá acontecendo e apoiar os produtores. Esse encontro com todos esses entes é de extrema importância para debater e encontrar soluções para o desenvolvimento da baunilha. Vamos unir esforços para fomentar a produção, o processamento e a comercialização da baunilha, desenvolvendo o cultivo e nossos produtores”, ressaltou o presidente da Emater-DF.
Representando o presidente do Grupo Campo, Marcelo Melo afirmou que a Campo vai transferir seu laboratório de biotecnologia de Aracajú para Brasília e atuar também nesse nicho da baunilha. “A gente está enxergando na cultura da baunilha um nicho de produção de mudas, que é o nosso objetivo. Hoje nós trabalhamos com banana, com morango e estamos buscando novas culturas para trabalhar e melhorar a produtividade do laboratório. Com isso a gente acaba ajudando também com esse entrave na produção de mudas de baunilhas aqui na região”, explicou.
Já Renato Jorge, diretor da Sudeco, disse que o Conselho de Administração da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) foi reativado recentemente e que as primeiras reuniões foram realizadas para definição de ações que possam ter impacto na região. No DF e em Goiás, o programa Rotas foi um dos mencionados e a ideia é fazer o mapeamento das cadeias produtivas, as lacunas e formas de investimento, incluindo nessas cadeias a baunilha.
De acordo com o extensionista da Emater-MG Lucas Carneiro, que é engenheiro-agrônomo, a ideia é entender um pouco mais sobre o manejo e a cultura para levar o conhecimento aos produtores de sua região, que têm demandado. Para ele, apesar de ser uma cadeia ainda incipiente, o novo cultivo se apresenta como uma oportunidade. “A baunilha ainda carece de um avanço tecnológico para se ter uma definição de uma regra de produção, regra de manejo. Antigamente, a gente chamava isso de pacote tecnológico, coisa que ainda a gente não tem. A outra coisa é entender como a gente vai conseguir suprir o mercado de mudas, porque também é um dos principais gargalos”, ponderou.
Ao final da reunião, o grupo visitou o Banco de Germoplasma da Embrapa Cenargen, Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia, tem atuado fortemente no intercâmbio e quarentena de germoplasma vegetal, garantindo a continuidade dos programas de melhoramento genético da Embrapa.
Para fornecer uma visão mais detalhada sobre os desafios e oportunidades enfrentados pelos agricultores no cultivo da baunilha, entre terça e quarta-feira (10 e 11 de abril), o grupo vai visitar o Banco de Germoplasma da Embrapa Cerrado, e as propriedades dos produtores Edna Maia, no núcleo rural Córrego do Atoleiro, do produtor Rubens Bartholo, no núcleo rural Torto, da produtora Ângela Maria, no Altiplano Leste, e da produtora Anajúlia Heringer, no Tororó.