quinta-feira, 24 outubro, 2024
More
    InícioBrasilEx-governador Sérgio Cabral é preso pela PF na Zona Sul do Rio

    Ex-governador Sérgio Cabral é preso pela PF na Zona Sul do Rio

    -

    Agentes da Polícia Federal chegaram ao prédio do ex-governador por volta das 6h (Foto: Carlos Brito / G1)

    Ele é suspeito de receber propina para a concessão de obras públicas.
    Juiz Marcelo Bretas ainda determinou a prisão preventiva de outras 7 pessoas

    sergio-cabral-prefeito-do-rio-em-2016A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta (17), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (foto ao lado) sob a acusação de cobrança de propina em contratos com o poder público. O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva, um expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, e outro pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

    Além de Cabral, outras nove pessoas tinham sido presas até as 8h15 (veja lista abaixo).

    A ação investiga o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo Governo do Estado do Rio. O prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões. Cabral e os outros alvos da ação são suspeitos de receber propina em troca da concessão de obras como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano.

    Presos preventivamente (sem prazo para terminar):

    – Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, ex-governador do Rio
    – Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, ex-secretário de governo do RJ;
    – Hudson Braga, ex-secretário de obras;
    – Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação;
    – Luiz Carlos Bezerra;
    – Wagner Garcia;
    – José Orlando Rabelo;
    – Luiz Paulo Reis

    Presos temporários (com duração de até 5 dias):

    – Paulo Fernando Magalhães Pinto, administrador de empresas, foi assessor de Sérgio Cabral
    – Alex Sardinha da Veiga
    A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, também é alvo de condução coercitiva – quando a pessoa é levada a depor e depois liberada.

    Uma das operações deflagradas nesta quinta foi batizada de Calicute, região da Índia onde o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral, teve uma de suas maiores tormentas. Ela é um braço da Operação Lava Jato no Rio e tem como base a delação premiada do empresário Fernando Cavendish, ex-dono da Delta.

    Ao todo, a Operação Calicute visa cumprir 38 mandados de busca e apreensão, 8 de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 conduções coercitivas.

    A outra ação é uma nova fase da Lava Jato no Paraná, que teve como base a delação da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia. O juiz Sérgio Moro expediu 14 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva e 1 mandado de prisão temporária.

    Prisão de Cabral

    A polícia chegou à casa de Cabral, no Leblon, Zona Sul do Rio, por volta das 6h. Por volta das 6h50, um carro saiu da garagem do ex-governador, e muitas pessoas que estavam na porta tentaram invadir o local e gritavam pela prisão dele. Para sair do local, a polícia chegou a jogar spray de pimenta.

    Supeitas de propina

    A investigação teve como ponto de partida as delações de Clóvis Primo e Rogério Numa, executivos da Andrade Gutierrez, feitas no âmbito do inquérito do caso Eletronuclear. Os dois revelaram à força-tarefa da Lava Jato que os executivos das empreiteiras se reuniram no Palácio Guanabara, sede do governo, para tratar da propina e que houve cobrança nos contratos de grandes obras. Só a Carioca Engenharia comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina para o grupo.

    Motivações para os pedidos de prisão

    De acordo com a PF, a Operação Calicute foi desencadeada a partir da delação de executivos das construtoras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, sobre cobrança de propina em troca de concessões do poder público para obras como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano. Só a Carioca Engenharia comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina.

    À Operação Lava Jato, os delatores Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo disseram que Cabral cobrou pagamento de 5% do valor total do contrato para permitir que a construtora Andrade Gutierrez associasse à Odebrecht e à Delta, no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã, em 2009. Na época, o ex-governador negou que isso tenha ocorrido.

    A Delta pertencia a Fernando Cavendish, amigo de Cabral que foi preso em julho, após o juiz Marcelo Bretas aceitar uma denúncia contra 22 suspeitos de participar de um esquema que desviou R$ 370 milhões dos cofres públicos.

    São investigados os crimes de pertencimento à organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros.

    Carlos Brito e Cristina BoeckelDo G1 Rio

    Notícias Relacionadas

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    -Publicidade -spot_img

    Últimas notícias