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Hábitos de vida e fatores ambientais podem afetar fertilidade masculina e dificultar a capacidade de ser pai

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Jean Pierre Barguil Brasileiro e Vinicius Medina Lopes, diretores do Instituto Verhum

Tabagismo, obesidade, consumo exagerado de álcool, uso de anabolizantes, DST’s, problemas hormonais e exposição a agentes químicos são alguns dos fatores que podem afetar a produção de espermatozoides e comprometer a capacidade reprodutiva do homem. Muitos homens ainda associam, equivocadamente, a infertilidade masculina à falta de virilidade ou de potência sexual.  “É importante conscientizar a população que a infertilidade masculina está relacionada a problemas na qualidade e quantidade dos espermatozoides, não deve ser confundida com falta de virilidade”, segundo os médicos Vinicius Medina Lopes e Jean Pierre Barguil Brasileiro, especialistas em Reprodução Humana e diretores do Instituto Verhum. “Essa consciência ajuda a quebrar o tabu e fazer com que o homem consiga naturalmente buscar ajuda especializada quando necessário”, de acordo com os especialistas.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade conjugal é caracterizada quando a gravidez não acontece  para um casal após um ano de relações sexuais regulares sem uso de contraceptivo. “Nesses casos, o casal precisa buscar ajuda de um especialista e a investigação das causas da infertilidade deve ser feita pelo homem e pela mulher”, esclarece Vinicius Medina Lopes.

Ao contrário do que se imaginava no passado, a mulher não é a única responsável infertilidade.  Homens e mulheres dividem na mesma proporção a responsabilidade pelos casos de infertilidade conjugal. Cerca de 30% dos casos de infertilidade de um casal são atribuídos ao homem, 30 % às mulheres e em 20% dos casos o problema está presente em ambos os parceiros. Os 20% restantes representam a chamada infertilidade sem causa aparente, que requer uma investigação maior do casal infértil por parte do especialista.

Principais causas da infertilidade masculina

A produção e a qualidade dos espermatozoides podem ser afetadas diretamente por alterações hormonais, varicocele, processos infecciosos ou inflamatórios. “Os hábitos de vida e os fatores ambientais também são grandes responsáveis pela saúde reprodutiva”, ressalta o médico Jean Pierre Barguil Brasileiro.

O tabagismo é um dos vilões da fertilidade e causa danos na quantidade e qualidade dos gametas masculinos. O uso regular de álcool e drogas também pode comprometer a fertilidade do homem. Consumidas cada vez mais precocemente, essas substâncias podem gerar alterações hormonais que afetam a qualidade e a quantidade dos espermatozoides. Outro risco é o uso de anabolizantes. O seu uso pode desencadear distúrbio hormonal capaz de afetar a produção de testosterona e diminuição da produção de sêmen. Além disso, o uso frequente de anabolizantes por jovens que frequentam academias em busca de aumentar a massa muscular pode causar disfunção erétil e atrofia dos testículos.

A obesidade reduz o nível de testosterona e aumenta o de estradiol, prejudicando a produção de sêmen.

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) são causas frequentes de infertilidade. “O sexo seguro é uma forma de evitar essas doenças e preservar a saúde reprodutiva”, orienta Vinicius Medina Lopes.  A exposição a fatores ambientais (poluição, agentes químicos, solventes, pesticidas e alguns metais pesados) também é prejudicial à fertilidade.

Evitar o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, não fumar, não usar drogas, exercitar-se, ter uma alimentação saudável, manter-se no peso adequado e dormir bem são alguns hábitos que ajudam a preservar a fertilidade masculina.

(Foto: iStock/Getty Images)

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