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História do alambique e da destilação

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Nas duas últimas edições falamos um pouco sobre a nossa cachaça e não tem como falar de cachaça sem discorrer sobre alambique e destilação por isso, nessa edição vamos contar um pouco da história da cachaça e da destilação.

O alambique é um equipamento de destilação e, desde os tempos antigos, encontra-se relacionado com a alquimia. Os Egípcios foram os primeiros povos que construíram utensílios semelhantes à alambiques, cujos desenhos adornam um velho Templo de Mênfis, mas foi da língua Árabe que nasceram os termos alambique (“al ambic”) e álcool (“al cóhol”). O primeiro termo significa vaso destilatório e o segundo, vapores e destilação embora designe um pó muito duro à base de chumbo ou antimónio que exprime a ideia de ténue e sútil.

O alambique foi desenvolvido no ano de 800 D.C. pelo Alquimista Árabe Jabir Ibn Hayyan. A palavra alambique derivou do significado metafórico de algo que refina, que transmuta mediante a destilação. Jabir desenvolveu os primeiros estudos científicos documentados acerca da destilação.

A destilação é o método de separação baseado no fenômeno de equilíbrio líquido-vapor de misturas. Em termos práticos, quando temos duas ou mais substâncias formando uma mistura líquida, a destilação pode ser um método adequado para purificá-las, basta que tenham volatilidades razoavelmente diferentes entre si.

Um exemplo de destilação que tem sido feita desde a antiguidade é a destilação de bebidas alcoólicas. A bebida é feita pela condensação dos vapores de álcool que escapam mediante o aquecimento de um mosto fermentado. Como o teor alcoólico na bebida destilada é maior que aquele no mosto, caracteriza-se aí um processo de purificação.

A alquimia nasceu na Grécia, meados de 300 AC, recorrendo aos registros egípcios e babilónicos. O seu maior esplendor na antiguidade foi alcançado em Alexandria entre os anos 200-300 DC. Existem provas documentais de que os trabalhos destes alquimistas chegaram aos árabes e os aparelhos que utilizavam para a destilação foram descritos por Marco Graco no século VIII, podendo considerá-lo como o primeiro documento histórico sobre a destilação de vinhos, ainda que não mencione nada sobre as características do resultado obtido na destilação. Os árabes compilaram os conhecimentos dos alquimistas existentes até essa época, num livro intitulado “Livro de Crates”. Em 850, a obra de Gerber, que foi publicada e traduzida para o latim como “De Summa Perfectionis”, fez com que a Europa recorresse aos pensamentos e métodos da Química.

Tipos de destilação

Pot Still

Destilado artesanal, produzindo somente bebidas em pequena escala e de natureza fina. Este sistema de destilação foi o primeiro a ser utilizado há centenas de anos. Apesar de estar mais aperfeiçoado é ainda um processo lento. Por esse motivo só é utilizada para produtos de alta qualidade, tais como: Malte Whisky, Irish Whiskeys e a maioria dos tipos de rum escuros. Usa-se também para obter o espírito de retificação utilizado na produção do Gin ou outras aguardentes brancas.

Patent Still

Destilado de natureza industrial para produção em grande escala, conhecido por processo contínuo e/ou por Coffey Still. Foi registado em 1831 pelo irlandês Aeneas Coffey, inspector do departamento de impostos. Funciona em laboração constante e não requer tanta atenção como o Pot Still. As vantagens deste sistema de destilação são imensas, especialmente a possibilidade de obter grandes quantidades de espírito num curto espaço de tempo e a baixo preço, por outro lado, obtém-se um destilado de qualidade inferior.

Nas próximas edições continuaremos com as bebidas destiladas, não percam.

 

 

 

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