Geleias de pimenta, linguiças defumadas, cachaças, pepino em conserva: essas foram algumas das propostas de negócios apresentadas pelos estudantes do Instituto Federal de Brasília (IFB) em Planaltina ao final do curso de empreendedorismo do projeto “Filhos Deste Solo”, da Emater-DF. A atividade extraclasse contou com a participação de 65 alunos dos cursos de ciências agrárias e se encerrou nesta semana, após cinco aulas.
Para o médico-veterinário Carlos Goulart, da Gerência de Desenvolvimento Econômico (Gedec) da Emater-DF, o resultado do curso foi surpreendente. “Nas aulas expositivas, repassamos alguns conceitos básicos de empreendedorismo, como o cálculo de preços, avaliação de mercado, estratégias de marketing, ou seja, como se administra uma empresa”, explica. Na aula final, quando os grupos de jovens apresentaram os trabalhos, veio a surpresa: “todos os trabalhos são ideias muito inteligentes, que foram mostradas de forma entusiasmada”, comemora o extensionista, que tem pós-graduação em gestão.
Carlos Goulart aponta ainda que o objetivo principal da Emater-DF, ao oferecer essa capacitação é mostrar ao jovem que é possível viver bem e ter renda na área rural. “Queremos fixar as famílias no campo, e para isso, é necessário que os estudantes entendam a diferença entre produtor e empreendedor. E essa turma captou os conceitos de forma bastante satisfatória”, conclui Goulart.
A assessora da direção da Emater-DF Adriana Dutra, que coordena o programa “Filhos Deste Solo”, explica que os estudantes que desejarem investir na atividade proposta terão apoio da empresa. “Muitos deles são filhos de produtores ou trabalham em empreendimentos rurais, e essa é uma oportunidade de fazer o negócio progredir. É uma importante ação de sucessão familiar e desenvolvimento econômico e social das famílias rurais”, observa Adriana.
O professor Adilson Jayme, de gestão rural no IFB, também enxergou com bons olhos o resultado do curso. “Foi muito além das nossas expectativas, os projetos apresentados. Para uma atividade de curta duração, o aproveitamento foi excelente”, avalia — mesma opinião da professora Larissa Queiroz, de zootecnia. “Acompanhamos a evolução tecnológica dos últimos vinte anos e as ideias aqui mostradas estão bem de acordo com os tempos modernos, demonstrando viabilidade econômica e administrativa”, acredita.
Além de linguiças, geleias, cachaça e conserva, outras propostas de negócio foram ranicultura (criação de rãs) e panificação. Todas as ideias foram apresentadas com cálculos financeiros de custo, lucratividade e estratégias de marketing, como páginas em redes sociais e vendas por whatsapp. Essa foi a segunda turma formada em 2024 pelo projeto “Filhos Deste Solo”, que foi lançado pela Emater-DF em 2019 e já formou mais de 350 jovens em empreendedorismo rural.