InícioCOLUNASUniverso PetMutilação em pets: saiba como procedimentos estéticos colocam em risco a vida do...

Mutilação em pets: saiba como procedimentos estéticos colocam em risco a vida do animal

-

A prática de cortar rabos e orelhas de cachorros já foi um padrão estético considerado normal há alguns anos. Porém, esse tipo de intervenção é considerado mutilação e crime ambiental e foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em março de 2008.

Entre os procedimentos proibidos pela resolução estão a conchectomia, caudectomia, cordectomia e a onicectomia nomes dados, respectivamente, ao corte das orelhas, ao corte de cauda, à retirada das cordas vocais e à remoção cirúrgica das unhas dos animais.

Mesmo com essa proibição, ainda é comum, criadores e proprietários recorrem a cirurgias para esculpirem orelhas ou encurtarem as caudas de seus cães. Veterinários e não-veterinários que descumprirem a norma estão sujeitos a punição. A mutilação de animais domésticos é encarada como crime pela lei, que prevê aos proprietários pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.

A veterinária Lorena Bastos, da clínica Salud Pet, explica os riscos que essas intervenções podem trazer e quais os prejuízos permanentes elas causam ao bem-estar dos animais de estimação.

Para a médica veterinária, esses procedimentos, além do trauma psicológico, podem causar muitos problemas ao animal, como infecção, dor e sangramentos.

“Muitas pessoas ignoram o fato de que a cauda tem finalidades específicas e funciona como um prolongamento da coluna vertebral, sendo constituída por pequenas vértebras e terminações nervosas que atingem todo o organismo do animal”, explica a veterinária.

Além disso, o rabo é o meio que o cachorro possui de se comunicar, tanto com outros animais como com o seu dono humano. Ele representa o estado de espirito do animal, abanando quando ele está feliz e ficando baixo quando ele se sente com medo, por exemplo. Já as orelhas compridas e caídas protegem os ouvidos de insetos e da entrada de água.

“Ser uma importante ferramenta que o seu pet possui para se comunicar não é a única função do rabo, ele também tem outro trabalho de extrema importância, que é ajudar o cachorro a se equilibrar”, finaliza Lorena.

Algumas raças de cães são alvos comuns do procedimento. Os criadores de Cocker Spaniel, Doberman, Pinsher, Poodle, Pitbull e Rottweiller praticam essa violência inadmissível nos animais ainda filhotes, recém-nascidos, com a desculpa de manter “características da raça”.

A verdade é que a cirurgia não traz nenhum benefício para o animal, e ainda causa dor, problemas de saúde possui altos riscos de infecção.

Além das cirurgias realizadas por razões estéticas, também são consideradas graves os procedimentos que buscam impedir a expressão do comportamento natural da espécie. Esse é o caso dos proprietários que emudecem os cães por meio da retirada das cordas vocais ou a amputação da terceira falange dos felinos, para que eles não tenham mais unhas.

“Esses procedimentos causam dor e complicações pós-cirúrgica. Se o cachorro late muito é uma questão de adestramento e educação. Arranhar móveis é uma manifestação natural dos felinos. A questão é esclarecer os tutores e explicar que a mutilação não é a solução”, afirma a veterinária Lorena Bastos.

A veterinária ressalta ainda que esses procedimentos são permitidos caso haja indicação médica, como tumores ou traumas nessas regiões.

 

Artigo anterior
Próximo artigo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile