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Produtores comemoram revitalização em canais de irrigação do Capão Seco e Márcia Cordeiro

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Obra de revitalização do canal de irrigação do Núcleo Rural Capão Seco. Foto: Ana Nascimento/Emater-DF

 

 

Com projeto e acompanhamento da Emater-DF, em 2023, cerca de 40km de canais a céu aberto, em todo o DF, serão substituídos por tubulação PEAD

O projeto de revitalização dos canais de irrigação continua a todo vapor em 2023. As obras estão em andamento no Núcleo Rural Capão Seco, no PAD-DF, onde estão sendo revitalizados 5,6km de canal, e no Assentamento Márcia Cordeiro, em Planaltina, onde 6,67 km estão em obra. Somente em Capão Seco, os novos canais vão beneficiar diretamente em torno de 200 pessoas, entre proprietários, produtores e trabalhadores rurais. A revitalização dos canais, além de garantir o acesso à água aos agricultores, a medida também preserva o recurso hídrico evitando perdas por infiltração e evaporação.

Obra de revitalização do canal do Capão Seco. Foto: Ana Nascimento/Emater-DF

A conclusão das obras dos canais de Capão Seco e de Márcia Cordeiro está prevista para o final de abril. Para o ano de 2023, em todo o DF, a expectativa é a de que sejam revitalizados 40km de canais de irrigação, o dobro da média anual, que tem sido de 20km. Os recursos para as revitalizações dos dois canais são oriundos de emendas dos deputados Sardinha, Chico Vigilante e Arlete Sampaio.

Para o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, essas revitalizações, que contam com esforços de órgãos como a Emater, Seagri e da comunidade, são extremamente importantes, pois além de atender demandas antigas dos produtores, contribuem para conservação da água e melhor aproveitamento dela na agricultura.

“O último serviço de reparos do canal de Capão Seco aconteceu em 1997, quando foram instaladas manilhas de concreto e que hoje estão totalmente degradadas. Levar água para esses produtores é minimizar as dificuldades de cultivo, principalmente no período da seca, e garantir alimento na mesa da população”, declarou Cleison Duval. Na região, há produção de grãos, hortaliças, frutas, além da criação de peixes e outros animais.

O produtor rural Santino Guimarães Ribeiro é morador do Capão Seco e, como membro da associação local e beneficiário da revitalização dos canais, está acompanhando as obras nas propriedades. Ele conta que na época da seca os canais abertos não levam água para todas as propriedades, o que representava um problema sério para as famílias de agricultores locais. “Eu sou produtor de leite e a minha propriedade é a décima primeira, contando do início do canal. Na seca não chegada nem uma gota de água, o canal ficava seco. A gente está numa grande expectativa com a entrega dos canais revitalizados, pois na seca deste ano, todos nós teremos água para o gado, para as hortaliças. Esse trabalho da Secretaria e da Emater é muito importante, estamos muito agradecidos”, disse Santino.

José Moraes de Souza mora em Capão Seco desde 1982 e sofria com a falta de água até a reforma do canal em 1997. Como a sua unidade fica bem no início do trajeto, tinha o privilégio de ser beneficiado com o canal, que foi revitalizado em fevereiro. “Não adiantava eu ter água aqui e meus vizinhos lá embaixo não, porque água é para todo mundo, não é só para uma pessoa. A única coisa que fica sem água é pedra, o resto tudo precisa de água para viver e nós, produtores, ainda mais para cuidar da plantação”, falou o produtor rural.

Mais tecnologia, menos desperdício de água

De acordo com informações do responsável pelo projeto de revitalização dos canais pela Emater-DF, Edvan Sousa Ribeiro, o Distrito Federal tem 66 canais de irrigação com extensão de 240 km, que foram planejados para levar água aos inúmeros núcleos rurais e colônias agrícolas criados para estimular a produção agropecuária local e atender a demanda crescente por alimentos frescos da população da recém capital federal.

“Com o passar dos anos, esses canais sofreram forte degradação de suas estruturas físicas foram perdendo sua eficiência de transportar água na ordem de 50%. Neste sentido, a Emater-DF, em parceria com a Secretaria de Agricultura, vem apoiando fortemente as ações de revitalização desses canais e já chegamos a 100 km de canais tubulados e outros que estão em fase adiantada de tubulação. Um dos canais é o do Capão Seco, que devemos entregar já em meados de abril”, informou Edvan.

Extensionista da Emater-DF no PAD-DF, Gilmar Batistella, acompanha a obra.

Em relação ao canal de Capão Seco, o extensionista rural do escritório local da Emater-DF no PAD-DF, Gilmar Batistella, informa que os canais abertos foram feitos na década de 1960 e, ao longo dos anos, o crescimento de árvores e raízes foi solapando os canais construídos por manilhas de concreto, provocando perda de água por infiltração.

“Essa perda de água durante a severidade da seca, nos meses de agosto e setembro, fazia com que muitas chácaras não fossem mais abastecidas pelo canal. Dessa forma, a obra de revitalização já era necessária. Tivemos que fazer um novo canal paralelo ao antigo e seguindo o mesmo traçado. No entanto, está sendo usado um material novo, tubo PEAD, que é mais fácil de trabalho e tem uma durabilidade maior quando enterrado. Isso significa tecnologia empregada para o menor desperdício de água para atender 25 chácaras, que envolvem 50 famílias impactadas diretamente”, informou Gilmar.

Tubulação de PEAD usado no canal

Segundo o secretário executivo da Seagri, Rafael Bueno, o custo para instalação de novos canais é extremamente inferior, pois envolve basicamente o preço da tubulação. O projeto de revitalização dos canais foi implantado pela Secretaria de Agricultura, em parceria com a EMATER e os produtores locais.  A parte do projeto, o acompanhamento no local e a assistência técnicos são feitos pela Emater-DF. A mão de obra para instalação é toda da comunidade, incluindo a construção das caixas de passagem e de captação. A execução do projeto é feita com recursos oriundos de emendas parlamentares ou outras instituições parceiras, como a Caesb, Adasa e Sudeco.

“A tubulação dos canais é muito importante para que se evite a perda de quase a totalidade da água canalizada, que ocorre tanto pela evaporação como pela infiltração no solo. O projeto visa implantar tubos nos canais existentes e homologados pela Adasa e vem de encontro à necessidade de melhoria da eficiência e racionalidade do uso da água, contribuindo para as práticas de sustentabilidade ambiental”, avaliou Rafael Bueno.

Segundo planejamento da Seagri e da Emater-DF, para o ano também estão previstas as revitalizações dos canais de Sobradinho II, Tabatinga, Sítio Novo, Lagoinha, Nova Betânia, Capão Comprido (Ramal I e Ramal II) e Rodeador.

 

 

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