Empresas atacadistas de médio a grande porte precisam de áreas superiores a dois mil metros quadrados pelas características do negócio
Em abril deste ano, foi publicado, no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), o edital de manifestação de interesse para a concessão e exploração do Polo Logístico do DF. A ação é positiva, pois movimenta a economia local. Entretanto, o Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) chama atenção para o tamanho dos lotes oferecidos na região.
“Temos a disponibilidade de 500 m² para a instalação das empresas. Contudo, os empreendimentos atacadistas de médio porte para cima precisam de áreas construídas superiores a dois mil metros quadrados. Para isso, é fundamental que os lotes tenham, pelo menos, três a quatro mil metros quadrados”, explica Anderson Nunes, diretor executivo da entidade.
O debate traz à tona a reinvindicação do setor, que foi realizada em 2002, para transformar Brasília em um dos maiores polos distribuidores do Centro-Oeste. Na época, era solicitada a criação do Polo Atacadista e, além disso, pedia-se a priorização dos produtos locais nas compras do GDF. No ano seguinte, houve a liberação da área e as obras tinham previsão para iniciar em 2004.
O assunto estagnou nos anos seguintes e, apenas em 2012, voltou a ser debatido pelo Governo do Distrito Federal. Na época, havia sido lançado o projeto Brasília 2060 para planejar o desenvolvimento econômico e estratégico da capital para os próximos 50 anos. Entre as iniciativas levantadas, o Polo Logístico – antes, conhecido como Polo Atacadista – entrou em cena mais uma vez.
Com aproximadamente 200 hectares de extensão, os lotes iam de 1.000 até 30.000 m², o que era positivo para implementar as empresas de atacado. Com a mudança da definição do tamanho do lote, em 2021, o Sindiatacadista/DF se preocupa com a operacionalidade do local, visto que o tamanho do lote, de 500 m², é insuficiente para os empresários do segmento.
“Precisamos de áreas de manobra e garagem para os veículos. É preciso levar em consideração essas variantes, que determinam a funcionalidade de uma empresa atacadista. A região é estratégica, pois o Polo Logístico ficará na BR-060, eixo de ligação entre Brasília, Anápolis e Goiânia. Precisamos adequar o lote de acordo com as necessidades do nosso setor”, informa Anderson.
O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) representa todo o comércio atacadista de Brasília, entre os quais estão: gêneros alimentícios, autosserviço, autopeças, material de construção, drogas e medicamentos. Ao todo, são, aproximadamente, 400 empresas representadas pela entidade sindical sem fins lucrativos. E, atualmente, sua base é composta de 187 empresas associadas.
Além de coordenar, proteger, apoiar, integrar e representar legalmente o segmento de atacado e distribuição em todo o Distrito Federal exerce um papel relevante no crescimento da representatividade de seus associados e parceiros. É filiado à Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) e à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal.
A entidade é o elo entre o setor atacadista, governo, varejistas e a sociedade em geral, além de defender os interesses e anseios de seus associados, agregar forças na criação de melhorias e promover a integração da classe atacadista.