O terceiro dia de atividades da Semana do Produtor Rural da Emater-DF em Sobradinho, realizado nesta quarta-feira (25), contou com o Dia Especial de Saúde e recolhimento de embalagens de agrotóxicos para o descarte correto, com uma excursão com produtores a uma propriedade em Planaltina para tratar de normas de produção orgânica para novas OPACs (Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica) e com uma reunião técnica sobre “Parêmtros para obtenção de um café de qualidade” no Lago Oeste.
Pela manhã, os produtores rurais começaram a chegar ao escritório local de Sobradinho para aferição de pressão arterial e exames de glicemia e colinesterase. Este último possibilita a análise do grau de exposição a produtos tóxicos, como pesticidas, inseticidas e herbicidas. Os exames foram feitos por meio de parceria com a Confederação Nacional do Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares do Brasil (Conafer).
Para a extensionista rural da Emater-DF Joseane Lelis é importante os produtores e trabalhadores rurais fazerem o exame pelo menos uma vez por ano. “Assim eles podem acompanhar se estão tendo algum tipo de contaminação e podem ser tratados em tempo hábil. Os resultados do laboratório são encaminhados para nós e, nos casos que apresentam alguma alteração, nós fazemos o encaminhamento dos produtores para o posto de saúde mais próximo da propriedade”, explica Joseane.
Descarte de embalagens de agrotóxicos
Para facilitar essa logística de devolução das embalagens, também foi realizada a coleta no escritório da Emater-DF em Sobradinho, em parceria com a Secretaria de Agricultura e com a empresa Aeagro, que faz o recebimento de embalagens vazias de agrotóxico. Para o produtor de flores Nivaldo Alves, este tipo de campanha facilitou o descarte correto. “Foi muito bom, pois o posto de coleta fica distante da minha propriedade e agora consegui trazer tudo o que estava armazenado na propriedade. Facilitou bastante”, relatou.
Excursão sobre Normas de Produção Orgânica
Ainda pela manhã, cerca de de 20 agricultores visitaram uma propriedade em Planaltina que possui agroindústria e é considerada modelo na produção orgânica e no processamento desses alimentos. No local, os produtores puderam ver como os alimentos são minimamente processados e embalados dentro das normas de produção orgânica das Opacs.
De acordo com a gerente do Escritório da Emater-DF em Sobradinho, Clarissa Campo, está em formação, na região, dois novos grupos interessados em virar OPAC, cada um com 12 produtores rurais, e a atividade foi realizada com objetivo de iniciar o treinamento com os grupos sobre as normas de certificação orgânica.
Para os OPACs atuarem legalmente, eles precisam estar credenciados no Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É esse credenciamento que autoriza a atuação
dos OPACs no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica – SisOrg. Os OPACs correspondem às certificadoras no Sistema de Certificação por Auditoria. São eles que avaliam, verificam e atestam que produtos ou estabelecimentos produtores ou comerciais atendem as exigências do regulamento da produção orgânica.
“Foi importante essa excursão. Lá eles puderam ver como que é feito, minimamente, o processamento de embalagem de mandioca descascada em uma groindústria com todos os equipamentos necessários, como embaladora à vácuo. Eles também viram questões práticas sobre a forma de lavar o alimento, de descascar, a higienização das mãos, os cuidados ao entrar nas instalações da agroindústria e todos os trâmites para fazer o processamento dos alimentos, de forma que possa ser aprovado pela OPAC”, destacou Clarissa.
Reunião Técnica do Café
Aproximadamente 30 produtores participaram atentamente do encontro, que abordou questões desde a colheita até o armazenamento do café, passando pela torrefação, qualidade, explicações sobre cafés especial e gourmet e o que precisam ter para receber a classificação.
“São produtores que já vêm trazendo uma bagagem das atividades anteriores que a gente realizou com eles. Estamos também fazendo degustações para os produtores aprendam sobre aroma, sabor, doçura, amargor, acidez e tudo que envolve a pontuação do café”, destacou Clarissa, que também acompanhou a reunião técnica.
De acordo com ela, a intenção é despertar nos produtores a possibilidade de produzir cafés especiais, diante da potencialidade da região. “A maioria dos produtores tem chácaras de 2 hectares. Não é uma área muito grande, mas que possibilita que eles consigam fazer um café de qualidade para que consigam comercializar sem dificuldades”, explica.